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Reclamações em condomínios crescem e áreas comuns são liberadas em Ponta Grossa

A vida na quarentena está exigindo mais de todos. Com grande parte das empresas realizando home office, trabalhadores com jornada suspensa e demais medidas de isolamento social, mais pessoas estão passando mais tempo em casa, o que está gerando um problema em vizinhanças, prédios e condomínios: segundo um levantamento do Sindicato da Habitação e Condomínios (Secovi-PR), o número de reclamações em condomínios aumentou em 50%, a grande maioria por barulho.

“Muitos barulhos que já ocorriam durante a semana e não eram fruto de reclamações se tornaram com a quarentena”, explica Siomara Freitas Kaltowski, coordenadora do Conselho de Síndicos do Secovi-PR. “O isolamento domiciliar está exigindo trabalho remoto de alguns que, incomodados com barulhos de crianças, lives ou até mesmo cantoria na janela, acabam confrontando o síndico sobre a questão”, conta.

Na Super Zelo Administradora de Condomínios, que gere 58 condomínios com mais de 4 mil unidades e 10 mil pessoas em Ponta Grossa, as reclamações aumentaram em pelo menos 20%. Segundo Willian dos Santos, diretor da empresa, os problemas são relacionados à convivência.

“Cada família tem o seu ritmo, e como as pessoas estão mais em casa há mais barulho. Os síndicos têm tido problemas, principalmente em condomínios maiores. Com escolas e parquinhos fechados as crianças ficam na rua, e com os pais trabalhando dentro ou fora de cara é difícil controlá-las”, exemplifica ele, lembrando que muitas pessoas também ainda têm recebido visitas, o que gera barulho.

Reabertura de áreas comuns

Até então fechadas por legislação municipal, as áreas comuns poderão ser reabertas a partir de segunda-feira (27). De acordo com o decreto 17.258, fica autorizado o funcionamento de igrejas, condomínios, galerias e academias, mediante análise prévia de plano individual de funcionamento que deve indicar características de utilização e aprovado pela Prefeitura Municipal.

Normas

Conforme lembra a coordenadora do Conselho de Síndicos do Secovi-PR, as normas não mudaram. “Há relatos de pequenos que correm e pulam dentro de casa e acabam incomodando quem fez o escritório em casa. As normas não mudaram e a lei é clara: das 22h às 9h, o barulho deve ser reduzido. Nesses casos excepcionais, prevalecerá o bom senso e a conversa individual”, aponta Siomara.

“Há que se ressaltar algumas questões sobre obras. Em prédios comerciais, o barulho pode ocorrer após as 18 horas ou então nos finais de semana. Já em edifícios residenciais, o barulho deverá ficar restrito entre 8 ou 17 e 18 horas, dependendo do que determinar a convenção. Quem utilizar furadeira fora desse horário, por exemplo, pode ser punido conforme as regras do condomínio e também pela Lei Federal 3.688/41, que também trata dessa questão, lembrando que no atual momento deve-se priorizar as obras emergenciais e aguardar a retomada das demais, devido todos os moradores se encontrarem em casa e causar incômodo”, destaca o Secovi-PR.

Taxa

Segundo o diretor da Super Zelo, outro questionamento que tem surgido é o aumento na taxa do condomínio: “Todos querem pagar menos por medo da crise e do desemprego”, afirma ele. Willian conta que alguns valores têm subido por conta dos produtos que passaram a ser utilizados, como limpeza profissional. “Além de produtos como máscaras e álcool em gel estarem mais caros por conta da demanda, antes nem eram comprados. Higienizações bactericidas são ainda mais importantes nesse momento de pandemia, e alguns condomínios têm partido para essas soluções – que têm um custo maior”, avalia o diretor. “Muitos síndicos estão tentando diminuir custos de fundos de reserva, por exemplo, mas nem sempre é possível renegociar contratos”, destaca.

 

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