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Rangel afirma não haver previsão de abertura de novos leitos de UTI em Ponta Grossa

A declaração foi dada no último sábado, quando o Hospital Universitário, referência no atendimento à covid-19 na região, atingiu pela manhã a ocupação máxima em seus 24 leitos clínicos e 30 de UTI

Entrevista feita com o prefeito de Ponta Grossa foi transmitida ao vivo no último sábado (29) (Foto: Fábio Matavelli)

Em entrevista concedida ao DCmais no último sábado (29) o prefeito Marcelo Rangel afirmou que não há previsão de abertura de novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Ponta Grossa, mesmo com o hospital referência da cidade no tratamento de covid-19, o Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais da UEPG (HU-UEPG), registrar alto índice de ocupação durante todo o mês de agosto.

Em maio a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) informou ao Diário dos Campos que existia a previsão de ativação de 10 leitos de UTI adulto e 35 leitos de enfermaria no Hospital Bom Jesus, conforme a necessidade, informação também repetida pelo prefeito Marcelo Rangel em diversas declarações públicas. A intenção era de que o Bom Jesus se tornasse um hospital de retaguarda para receber pacientes com covid-19 em casos de lotação máxima do HU-UEPG.

Desde a segunda-feira da semana passada em cinco dias os 30 leitos de UTI do HU-UPG registraram ocupação máxima, ou pela manhã ou pela tarde. No sábado (29), por exemplo, ficaram lotados tanto os 30 leitos de UTI quanto os 24 leitos clínicos.

“O problema não é a questão técnica, o aparelho, o respirador, mas sima questão dos profissionais. Contratamos todos os profissionais disponíveis para a nossa região e para cada grupo de 10 UTIs precisamos de mai contratações de muito mais profissionais especializados que não temos mais no mercado paranaense”, justificou Rangel.

Transferências

O prefeito afirmou que, em caso de necessidade, os pacientes podem ser transferidos a outras cidades e lembrou que quando a capital do estado registrou lotação máxima Ponta Grossa se colocou à disposição. “Nesse momento PG precisa da estrutura de Curitiba. Temos hoje o helicóptero [aeromédico], que permite um deslocamento entre Ponta Grossa e Curitiba em 15 minutos”, disse.

“O governador esteve aqui no Hospital da Criança e disse que se possível vamos pegar leitos de Curitiba e transferir para o HU-UEPG para aumentar os leitos em Ponta Grossa. […] Eles estão vendo a questão técnica: talvez seja mais traumático trazer esses leitos para cá, aumentar a estrutura de profissionais e não dar uma assistência adequada no hospital que de repente tem 30 leitos de UTI, que já é uma capacidade muito acima do normal”, explicou Rangel, afirmando que “provavelmente teremos algumas transferências”.

Outros hospitais

Na avaliação de Rangel “a estrutura profissional concentrada na macrorregião é mais interessante e resolutiva do que se abrir outras unidades”. O prefeito afirmou, durante a entrevista, que todos os hospitais de Ponta Grossa estão atendendo pacientes de covid-19 e que “um hospital não pode recusar um atendimento a um doente, seja qual for a doença”.

Ele citou que o Hospital Municipal, o Bom Jesus, a Santa Casa, o Hospital Geral Unimed e o São Camilo possuem UTIs e já atenderam pacientes infectados pelo novo coronavírus. “A gente recebe a notícia de que o HU-UEPG, que é o hospital referência, está com 100% das suas UTIs ocupadas e ficamos preocupados: será que não tem mais atendimento em Ponta Grossa? Isso não é verdade, tem atendimento sim e ninguém ficou sem”, ressaltou o prefeito de Ponta Grossa.

A reportagem do DCmais entrou em contato com todos os hospitais mencionados por Rangel questionando se eles fazem o atendimento à pacientes com covid-19 através do Sistema Único de Saúde (SUS) e, em atendimentos particulares, qual o custo médio de uma diária na UTI. Dentre os cinco citados por Rangel, quatro responderam; entre eles, apenas o Municipal atende pacientes do SUS, mas não possui ala específica para o tratamento da doença. Confira, a seguir, o retorno de cada unidade.

Hospital Municipal

A assessoria de imprensa da Prefeitura de Ponta Grossa disse que o Hospital Municipal Amadeu Puppi não conta com ala específica a doença por não ser referência para o atendimento: “O Hospital não está dentro do fluxo de atendimento da Covid-19, pois faz a retaguarda dos outros problemas de saúde do município. Mas é importante entender que é um Hospital de porta aberta, com procura espontânea onde pacientes assintomáticos do Covid-19 podem ir a consultar por outros problemas de saúde. Hoje, os pacientes com sintomas respiratórios são atendidos nas Unidades Básicas de Saúde em casos leves e na Unidade de Pronto Atendimento para casos moderados e graves. O Hospital Universitário recebe os casos graves para internamento”. “O Hospital Municipal conta com uma sala de observação/isolamento para casos suspeitos que chegam até a estrutura e aguardam para serem transferidos aos serviços de referência”, finalizou a assessoria.

Hospital da Unimed

O Hospital Geral da Unimed (HGU) disse não fazer atendimento a pacientes do SUS e atender apenas beneficiários do plano de saúde Unimed e também pacientes em caráter particular. “Em atendimentos particulares, o valor médio da diária da UTI Covid fica em torno de R$ 3.360. É uma média, pois os valores podem variar dependendo dos medicamentos, materiais e oxigênio utilizados e também dependendo dos exames realizados durante a internação”, afirmou sua assessoria de imprensa.

Santa Casa

A Santa Casa de Ponta Grossa também disse não ser credenciada para atendimentos covid-19 pelo Sus. “Nossa diária é em torno de R$ 1.800, mas este valor pode aumentar; depende de cada caso e recursos necessários”, afirmou através de sua assessoria.

São Camilo

A Rede São Camilo explicou a diferença entre o Hospital São Camilo e o Centro Hospitalar São Camilo, que compõem a mesma rede, mas prestam serviços distintos para a comunidade. “O Hospital São Camilo presta atendimento SUS psiquiátrico e dependentes químicos. O Centro Hospitalar São Camilo conta com leitos clínicos e UTI para Covid-19. A diária da UTI custa em torno de R$ 800. Visto isso, ainda não compreendemos SUS, mas nossos leitos vagos estão à disposição caso se faça necessário, desde o início da pandemia”, disse a sua assessoria de imprensa.

Hospital Bom Jesus

O Hospital Bom Jesus não deu um retorno até o fechamento desta reportagem.

Confira a entrevista completa com o prefeito Marcelo Rangel

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