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Queima atinge área similar a 80 campos de futebol em Vila Velha

Foto: Divulgação

O Parque Vila Velha, ponto turístico de Ponta Grossa, recebe há sete anos técnica de queima controlada para preservar vegetação considerada nativa e acabar com as vegetações consideradas invasoras. Neste ano, o processo começou ontem e termina hoje (quarta-feira). A área total atingida é de 66 hectares – equivalente a 80 campos de futebol (110m x 75m).

A técnica emprega o manejo do fogo e é liberada pelo Código Florestal em Unidades de Conservação, em conformidade com o respectivo plano de manejo e mediante prévia aprovação do órgão gestor da Unidade de Conservação, visando ao manejo conservacionista da vegetação nativa, cujas características ecológicas estejam associadas evolutivamente à ocorrência do fogo.

A operação exige plano de segurança. No Parque de Vila Velha cerca de 70 pessoas estão mobilizadas na atividade, incluindo representantes do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Associação de Moradores do Jardim Vila Velha e Escola Civil de Ponta Grossa.

Os procedimentos necessitam de cuidados específicos com a fauna da região. O inverno é escolhido como época de queima pois não há reprodução de aves, por exemplo. O Instituto Água e Terra (IAT) assegura que há proteção aos animais.

“Como podemos queimar 15% da área total do Parque por ano, nós separamos em pequenos talhões para que esses animais possam ter por onde se refugiar. E, antes da queima, fazemos a vistoria das áreas para espantar os animais. Todo ano escolhemos áreas diferentes do Parque em forma escalonada”, explica em contato com a reportagem.

Em seu site oficial, o Ibama compreende que há ressalvas relacionadas à prática. “Apesar do processo de queima controlada ser legalmente permitido e atuar como prevenção a incêndios florestais, não se pode negar a existência de amplas externalidades negativas com a utilização do fogo, que envolvem danos à saúde, empobrecimento gradual do solo, perda de biodiversidade, danos à rede de transmissão elétrica, entre outros. Sendo assim, a utilização de alternativas ao uso do fogo deve ser vista como um procedimento relevante quando se busca a realização de atividades agropecuárias com vistas à sustentabilidade ambiental, social e econômica”.

Em Ponta Grossa, a técnica com utilização do fogo está prevista no Plano de Manejo do Parque e vem sendo aplicada desde 2014. “Este controle de plantas exóticas é feito com muita técnica e planejamento. Existem duas formas de se combater as espécies invasoras: por poda ou queima. Escolhemos a queima porque, diferentemente da poda, ela propicia a recuperação e o crescimento das espécies nativas”, explica Fernanda Haura, coordenadora de Operações da Soul Vila Velha, empresa responsável pela gestão do Parque.

Invasoras

Para manutenção da vegetação nativa da região é necessário combater espécies invasoras. O IAT cita pelo menos três das invasoras: Brachiaria, Eucalyptus e Pinus. A primeira é uma gramínea forrageira e sufoca o desenvolvimento de campos nativos, enquanto o eucalipto já é considerado uma das piores espécies invasoras nas Unidades de Conservação do país. No entanto, em Vila Velha, o Pinus é o principal invasor.

“Essa prática [queima controlada] promove a manutenção da biodiversidade e das características originais do Parque”, reforça o chefe da Unidade de Conservação por parte do IAT, Juarez Baskoski.

Maior porção da queima ocorre hoje

A queima controlada em Vila Velha começou ontem no meio da tarde, período em que a temperatura passa a ter queda. A primeira área escolhida tem 23 hectares e vai da entrada do Parque até o Centro de Visitantes – região mais próxima à BR-376. O local permaneceu fechado durante todo o dia.

Nesta quarta (21), a área queimada vai ser quase o dobro: 43 hectares. Porém, o Parque fica aberto normalmente para visitação, visto que a área não interfere no passeio de turistas. O espaço escolhido vai do Centro de Visitantes até os Arenitos.

A técnica

A operação que conta com corporação do 2° Grupamento do Corpo de Bombeiros envolve em fogo versus fogo. “O fogo é iniciado onde bate o vento contrário para que o fogo ‘caminhe’ numa velocidade lenta. E do outro lado há o ‘contrafogo’, a favor do vento, para extinguir no meio do talhão, onde se encontram os dois fogos”, explica Juarez Baskoski.

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