Os acidentes envolvendo quedas de altura elevada – acima de dois metros – reduziram em 30% nos últimos quatro anos em Ponta Grossa. Dados repassados pelo 2º Grupamento do Corpo de Bombeiros mostraram em 2018 foram registradas 379 ocorrências de queda de plano elevado que resultaram em 372 vítimas. Os números foram diminuindo nos anos seguintes.
Em 2019, as ocorrências caíram para 321 ocorrências com 316 vítimas. No ano seguinte, em 2020, os bombeiros atenderam 275 situações de quedas de altura com 268 vítimas. Neste ano, até o dia 22 de novembro, foram 263 registros com 260 vítimas.
Além da redução, o número de mortes em decorrência das quedas permaneceu baixo nos quatro anos. Em 2018, duas pessoas morreram em decorrência das quedas, assim como em 2021 que registrou o mesmo número. O ano de 2019 registrou três mortes, enquanto que em 2020 foi um óbito.
O 2º tenente Adonis Bacuri Pereira da Silva, do 2º GB, explica que a redução das ocorrências se deve à conscientização com relação ao uso dos equipamentos de proteção individual (EPI’s) seguindo a Norma Regulamentadora (NR 35) que estabelece requisitos e medidas de proteção para o trabalho em altura.
“Observamos essa redução de 2018 a 2020 e acredito que é mais pela conscientização mesmo com relação à NR 35. Mas as quedas não envolvem somente trabalhadores, mas acidentes domésticos também. Por isso, se o morador tem um trabalho pra fazer em casa, como limpeza do telhado, é ideal que contrate uma empresa especializada. Normalmente, os acidentes de queda nas residências envolvem escadas e telhado”, disse o tenente.
Quanto a influência da pandemia na redução dos acidentes, o profissional alega que não tem como saber se ambos têm ligação. “Por um lado, a pandemia reduziu as contratações e, com isso, pode ter reduzido também os acidentes. Mas não temos como saber exatamente”.
Norma Regulamentadora 35 estabelece requisitos e medidas de proteção para o trabalho em altura. (Foto: José Aldinan)
Final do ano
O tenente comenta ainda que boa parte das quedas de plano elevado ocorrem entre os meses de agosto a novembro. “Um dos motivos é o fato de as pessoas prepararem a casa para o Natal com serviços que exigem o uso de escadas, por exemplo. Os acidentes mais típicos que nós atendemos são quedas de telhado e escadas. As faxinas também não devem colocar os moradores em situações de risco. É muito arriscado colocar o corpo inteiro para fora da janela para limpar vidros e fachadas. As pessoas precisam ter esse limite”, comenta.
O que fazer?
Em casos de acidentes em empresas ou residências é preciso acionar o socorro em primeiro lugar. “O tempo é muito importante no atendimento caso a pessoa tenha sofrido uma fratura ou sangramento com a queda. A partir do acionamento, as equipes vão se deslocando e o radioperador vai conversando para saber se a vítima está consciente. Outra orientação é nunca mexer na vítima, pois isso pode agravar o quadro caso ela tenha sofrido uma lesão de coluna”, destacou o bombeiro Adonis.
Relembre
Ainda na última sexta-feira (19), o trabalhador Rafael Calian Lapa, 30 anos, faleceu após cair de 15 metros de altura. O acidente foi no interior das dependências da indústria Hübner Fundições, localizada na Avenida Senador Flávio Carvalho Guimarães, Bairro Boa Vista, em Ponta Grossa.
De acordo com o relato do Corpo de Bombeiros, o rapaz estava equipado com macacão, capacete, luvas, cadeirinha e cinto talabarte com trava quedas. No entanto, as alças do talabarte estavam clipadas na própria cadeirinhas.
A vítima era funcionária de empresa terceirizada, especializada no atendimento em alturas, e caiu de um telhado, enquanto fazia orçamentos para realização de um serviço na indústria. Rafael foi encontrado já inconsciente, caído sobre ferragens e estruturas metálicas, sobre uma laje de sala no interior da área de produção da empresa.
Emergências
Em caso de emergências, o número para contato é o 193 do Corpo de Bombeiros.
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