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Protesto de caminhoneiros chega ao fim nas rodovias

A paralisação dos caminhoneiros, iniciada no último dia (21), chegou ao fim na região dos Campos Gerais na tarde desta quarta-feira (30). Começava a anoitecer quando equipes do exército posicionadas estrategicamente entre trechos da BR-376 deixaram seus postos. Mas já não havia cartazes, manifestantes, nem caminhões que demonstrassem fazer parte do movimento.

O grupo se desarticulou depois que uma ação coordenada que incluiu PRF, PRE, PM, GM e exército trabalharam para que voltassem a circular caminhões-tanque com combustível nas estradas do Paraná, possibilitando o reabastecimento de postos de combustível. A PRF também se fez presente nos pontos de manifestação, dando apoio aos caminhoneiros que quisessem deixar o protesto. Mais de 500 caminhões haviam deixado as áreas de mobilização em rodovias federais, somente até às 11 horas de quarta.

Isso fez com que o movimento perdesse força. No final da tarde, a PRF confirmou que a região de Ponta Grossa, Irati, Guarapuava, Ortigueira, Prudentópolis, Guamiranga, Pitanga, Rio Azul, Rebouças, Fernandes Pinheiro, Palmeira, Candoi e Guamiranga já não tinham mobilização, significando o fim da paralisação de caminhoneiros nas rodovias federais dos Campos Gerais.

Um dos porta-vozes do movimento nos Campos Gerais, Edson Borges, esteve na tarde de terça-feira (29) em nova reunião com representantes do governo do Estado. Segundo ele, não houve novas propostas ao movimento, mas apenas o apelo para que o manifesto permitisse a passagem de combustíveis. “Temos que frisar que, no Paraná, e em especial em nossa região, nunca interrompemos a passagem de veículos com cargas especiais. Mesmo antes do uso do adesivo da Defesa Civil, cargas vivas, com ração, oxigênio e insumos para hospitais tiveram passagem livre”, falou, destacando o comportamento pacífico dos caminhoneiros, de forma geral, durante a mobilização.

Exército permaneceu na BR-376 até o começo da noite. (Foto: Fábio Matavelli)

30 dias de avaliação

Apesar do término dos bloqueios, se o governo não tomar providências sobre as pautas levantadas, o movimento pode ser retomado em 30 dias. Para que isso não ocorra, é preciso que o governo federal cumpra, no mínimo, os itens que já foram acertados: entre elas a redução do preço do diesel em R$ 0,46 por litro nas bombas por 60 dias, zerando PIS-Cofins; fim da cobrança de pedágio por eixo suspenso dos caminhões; e criação de valor mínimo para o frete. Outros itens levados a conhecimento do presidente da república, Michel Temer, ainda seguem na pauta dos caminhoneiros.

Protesto pelo País

O caminhoneiro Samuel Vieira, que também esteve nos manifestos, lembrou que o protesto não foi só pelos caminhoneiros. “Fui pagar a vacina da gripe para minha filha, paguei R$ 120. Fui conferir e vi que R$ 56 eram só para impostos. Então, foi um protesto pela melhoria do país, mas queremos pedir desculpas à população pelos transtornos causados, e agradecer o apoio de todos”, acrescentou.

Para Rodney Larocca, caminhoneiro autônomo, os brasileiros perderam uma grande oportunidade de se juntar ao protesto. “O povo ficou muito focado na falta de gasolina e, achando que o protesto ia durar só 72 horas, acabou não aderindo”, disse, lamentando que a redução de impostos reivindicada para gasolina, álcool, diesel e gás de cozinha, só foi atendida, e em parte, no que se refere ao diesel.

 

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