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Projeto facilita mobilidade para deficientes visuais

Um projeto inovador desenvolvido em Ponta Grossa promete oferecer mais segurança e conforto para o deslocamento de deficientes visuais nas ruas da cidade. Iniciado em caráter experimental por integrantes do Lions Clube Vila Velha, a proposta é oferecer gratuitamente a ponteira das bengalas, e tem como ponto de partida o público atendido pela Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais (Apadevi).

Gary Dvorecky, diretor social do Lions Clube Vila Velha, explica que a entidade buscava uma forma de colaborar com esse público. Inicialmente, a intenção era trabalhar com a instalação de itens de mobilidade em faixas de pedestres, mas havia detalhes técnicos que tornavam a execução da ideia mais demorada. Foi quando as ponteiras surgiram na conversa.

“Muitos deficientes visuais fazem uso da bengala com ponteira simples, por ser mais barata. Mas não é a mais adequada para as calçadas de nossa cidade, que são muito irregulares. Ao caminhar com a bengala, que vai encostada no abdômen, basta se deparar com um buraco no pavimento e a bengala prende, podendo até machucar a pessoa. Foi quando soubemos da ponteira com rolamento”, explica Dvorecky.

A ponteira com rolamento é feita em peças de nylon, é presa à extremidade da bengala e, ao esbarrar em obstáculo, tende a não ficar presa graças a um sistema que faz com que a peça gire em contato com a superfície. Desde o ano passado, o Lions deu início aos trabalhos para fabricar esse equipamento, que custa em torno de R$ 27. No entanto, por meio de parcerias com empresas e outros associados da entidade, cada peça pode ser feita em Ponta Grossa ao custo de R$ 7.

 

Distribuição

Há cerca de três meses, o grupo concluiu a fase experimental de fabricação da peça, que agora vem sendo fornecida gratuitamente à Apadevi. Segundo Dvorecky, cerca de 40 peças já foram entregues. A distribuição agora é mensal, e a expectativa é que todos os atendidos da associação, que fazem uso da bengala, sejam contemplados com o equipamento dentro de 10 meses. O projeto ocorre por tempo indeterminado e, uma vez que todos recebam as ponteiras, as novas a serem fornecidas servirão para repor aquelas que estiverem desgastadas e, se ainda houver excedente, devem ser encaminhadas a outras instituições parceiras no atendimento aos deficientes visuais.

 

BOX – Simplicidade que faz a diferença

O presidente do Lions Clube Vila Velha destaca a iniciativa como algo simples, mas de grande benefício aos deficientes visuais. “O projeto é algo fácil, porque entregamos as peças, e agora basta tirar uma e colocar outra na bengala. Antes eles esperavam juntar umas 10 bengalas com as pontas gastas, para enviar para Curitiba e fazer a troca. Então, o projeto significou rapidez para essas pessoas”, diz. Trajano Ferreira, aluno da Apadevi, comenta que o equipamento melhora também a auto estima. “A gente tem só a agradecer a parceria. A ponteira com roller faz uma grande diferença, porque ajuda na mobilidade do dia a dia. A gente se sente independente”, acrescenta..

“O Lions iria custear o projeto, mas alguns parceiros que atuam com serviço de tornearia aceitaram aplicar a mão de obra sem custo. O mesmo aconteceu com a empresa que trabalha com rolamentos, e fornece o material mensalmente de forma gratuita. Todo mundo se mobilizou nesse projeto social”, diz Ailson das Graças Penteado Junior, secretário do Lions.

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