Uma pesquisa realizada pela Fiocruz, junto com estudiosos alemães, fará uso de dados coletados em entrevista com detentos de Ponta Grossa. A chamada Terapia de Exposição Narrativa propõe uma abordagem terapêutica inovadora para lidar com traumas vivenciados por indivíduos privados de liberdade.
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A Penitenciária Estadual de Ponta Grossa (PEPG) e a Unidade de Progressão de Ponta Grossa (UPPG) foram unidades que revelaram uma realidade que serviu de base para a pesquisa. Os dados coletados revelam que 75% dos apenados foram expostos a seis ou mais eventos traumáticos em suas vidas, enquanto mais de 58% apresentaram sintomas que indicam o diagnóstico provável de Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT).
Segundo os estudos, parece haver uma alta relação entre criminalidade e experiências traumáticas, fazendo-se necessário uma mudança nas intervenções do público carcerário.
Para a juíza da 1ª Vara Criminal de Ponta Grossa, Laryssa Angélica Copack Muniz, “o Estado terá que olhar para o trauma primeiro para depois tratar a criminalidade, porque as pesquisas mostram uma alta relação entre as duas coisas”, observa. A previsão é de que um tratamento seja estruturado em aproximadamente um ano e meio.
Parceria
A iniciativa é da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com apoio do Centro Judiciário de Soluções de Conflitos e Cidadania de Ponta Grossa (Cejusc), em parceria com a Universidade de Constança, na Alemanha.
A ação de trazer a terapia ao Brasil focada no público carcerário é liderada pelas pesquisadoras Fernanda Serpeloni (professora visitante da Fiocruz), Anke Koebach (pesquisadora da Universidade de Constança), Glaucia Mayara Niedermeyer Orth (pós-doutoranda em Saúde Pública pela Fiocruz), e pela juíza da 1ª Vara Criminal de Ponta Grossa, Laryssa Angélica Copack Muniz.
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