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Prefeitura tem desafio de ampliar lazer para crianças

O último censo realizado pelo IBGE em Ponta Grossa mostrou que aproximadamente um quarto da população ponta-grossense é composta por crianças e adolescentes. Apenas o público formado por jovens entre 10 e 14 anos já corresponde à maior fatia da pirâmide de idade apresentada pelo Instituto em sua última contagem, realizada em 2010.

Embora o município tenha investido pesado na oferta do ensino integral nos últimos anos, como forma de garantir atividades saudáveis e educativas às crianças, isso não muda o fato de que, quando se trata de oferta de equipamentos de lazer, ainda faltam praças com parques infantis. Isso fica ainda mais claro quando se percebe que justamente o público em maior número (em 2010 eram 28,4 mil jovens entre 10 e 14 anos) não é atendido pelo ensino integral, mas também não está incluído em programas de contraturno, a não ser em casos confirmados de vulnerabilidade social.

A conselheira tutelar Daiane Marçal Borges, reconhece que a presença dos parques infantis é importante, e que demanda uma discussão mais aprofundada sobre seu papel na formação da criança. “São tantas as prioridades, que algumas infelizmente acabam passando [despercebidas]. Mas sabemos que uma das regiões que mais possuem crianças é a área dos residenciais Londres, Panamá e Costa Rica, que praticamente não possuem parque infantil”, diz. 

Ela recorda que uma pesquisa recente feita pelo CMDCA apontou que as residências desses loteamentos tinham de três a oito crianças, muitas das quais ficam nas ruas quando não estão em sala de aula. “Existem vários projetos voltados ao atendimento em contraturno escolar na cidade, mas não voltados para faixas etárias, e sim para situações de risco. Os parque são uma forma de evitar que os jovens sejam colocados nessas situações de risco”, acrescenta Daiane.

Novos residenciais

Vários loteamentos novos não têm parque infantil que atenda à demanda. Londres, Panamá e Costa Rica são um exemplo emblemático. Embora não existam números oficiais atualizados a esse respeito, o fato pode ser verificado especialmente com o aumento no número de atendimentos do Conselho Tutelar Leste, que atende a região. Somente entre 2016 e 2017, o órgão verificou um aumento de 22% nas ocorrências atendidas. 

Costa Rica

Para os conselheiros, o principal motivo é a inclusão dos novos loteamentos, com alto número de jovens, em sua área de abrangência. Caroline Santos da Silva, que mora no Costa Rica, acredita que seria muito importante a criação de parquinho na vila. “Só tem um parquinho no Londres mas, com tanta criança, já está bem destruído”, diz.

Futebol Society nas vilas

Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, a cidade conta com cerca de 80 parques infantis públicos, espalhados em diversos bairros. Esse número já parece pequeno considerando que aproximadamente 76,5 mil crianças estariam aptas a fazer uso deles na cidade. Mais preocupante que isso, é a localização. A distância desses equipamentos, em alguns casos, inviabiliza que as crianças sejam levadas para a prática do lazer, a menos que isso ocorra com meio de transporte motorizado. Uma alternativa encontrada pelo município foi a instalação dos campinhos de futebol society. Segundo a prefeitura, eles já são 19 na cidade, dois em construção e outros quatro em fase licitatória. Esses últimos devem ser construídos nas regiões da vila Francelina, vila São Francisco, Shangrilá e Santa Lúcia.

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