Diante das dificuldades que envolvem o aumento na arrecadação de recursos pela Prefeitura de Ponta Grossa, as articulações políticas que venham ocorrer nos próximos meses devem ser decisivas para que o Município atinja os objetivos descritos no seu Programa de Metas 2021-2024. Entre eles, está a execução de 215 quilômetros* de asfalto em PG.
O documento prevê que, em quatro anos da atual gestão municipal, serão executados 215 quilômetros de ruas nos bairros. Além dos serviços executados em 2021, a previsão é que cerca de 58 quilômetros devem ser feitos neste ano, 66 quilômetros em 2023 e mais 54 quilômetros em 2024.
215 quilômetros de asfalto em PG
De todos os 215 quilômetros, 150 devem ser feitos através do fresado**, que consiste na reutilização de material proveniente de pavimentação asfáltica anterior. Além disso, o Programa prevê a busca de recursos para, até o final de 2024, pavimentar todas as vias do Distrito Industrial.
Portanto, a Prefeitura tem como um dos grandes desafios para este ano o avanço no planejamento e na execução das obras de pavimentação. Ainda durante o período de campanha eleitoral, a candidata – agora prefeita – Elizabeth Schmidt apresentou como um de seus compromissos atingir 100% de pavimentação nas vias urbanas do município. Prestes a completar 200 anos de história, a cidade apresenta ainda um dos mais baixos índices de pavimentação entre os municípios de grande porte.
Percentual
Nos levantamentos mais recentes divulgados pela Prefeitura de Ponta Grossa (em 2018), o índice estava em 75%, incluindo asfalto, pavimentação com pedras e fresado. Contatada pelo Diário dos Campos e portal dcmais, a assessoria de imprensa do Município informou que “o percentual estimado é de cerca de 80% das ruas pavimentadas”. No portal da prefeitura não existe um mapa que mostre quais vias já possuem asfalto, nem que tipo de pavimentação receberam.
Outras cidades
Em Curitiba, o percentual está em torno de 95% de pavimentação, segundo informou a assessoria de imprensa. Em Londrina, o percentual atual está em 94%, segundo Perfil do Município, documento divulgado anualmente pela Prefeitura. Em Maringá, a Prefeitura informou que o índice de vias com pavimentação (exclusivamente asfáltica) chegou em 95% já no ano 2011, estando agora em torno de 92,6%. Em Cascavel, o índice é de cerca de 98%, sendo quase a totalidade de asfalto.
Fresado**
Estudo realizado em 2020 por pesquisadores da Uniarp apontou que o fresado é potencialmente mais barato e de mais rápida execução, podendo ter alta durabilidade e menor impacto ao meio ambiente se realizado da forma correta. O estudo de caso considerou a experiência nos municípios de Videira e Joinville, em Santa Catarina.
Obras realizadas
A Prefeitura informou ter pavimentado, no ano passado, cerca de 30 quilômetros de ruas em diversos bairros. Uma delas foi na região da Vila Palmeirinha, onde quase R$ 1 milhão em recursos do Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa) foi direcionado a pavimentação e criação de galerias que formaram pontilhão.
Em dezembro de 2021, o Município anunciou para este ano o investimento previsto de R$ 4 milhões para pavimentação asfáltica no Bairro Nova Rússia, sendo parte dos recursos (R$ 1,5 milhão) proveniente de emenda parlamentar do deputado federal Aliel Machado, e o restante (R$ 2,5 milhões) dos cofres municipais.
Topografia
Em entrevista ao dcmais, em 2021, o secretário Celso Sant’Anna lembrou que a topografia da cidade traz uma dificuldade adicional na tarefa de pavimentação. “O nosso custo é muito maior que em Maringá, Londrina e até Curitiba, por conta de nossa topografia. Os custos maiores são referentes a nossas galerias de águas pluviais. Nosso asfalto torna-se mais caro por conta disso”, comentou.
Ele lembrou que há ruas que não podem ser pavimentadas em virtude de restrições, como ocorre em regiões da Vila Cristina, Jardim Maracanã, Vila Hilgemberg e mesmo em trechos dos bairros Olarias e Ronda.
Obras contratadas por moradores
Como forma de acelerar o processo de adequação das ruas de Ponta Grossa, no ano passado foi sancionada a Lei 210/2019, que alterou o percentual mínimo de adesão (de 50% para 40%) para execução de obras pela Companhia Pontagrossense de Serviços (CPS).
Os contratos com a CPS são firmados pelos munícipes que, interessados em pavimentar a rua na qual possuem imóvel, solicitam a obra e pagam pelo serviço em parcelas. A mudança reduz o número mínimo de proprietários em um quarteirão exigido para que seja assinado contrato. Na maioria das vezes, trata-se, portanto, de asfalto pago diretamente pelos moradores.
*CORREÇÃO – O texto anteriormente mencionava que o Programa de Metas prevê execução de 250 quilômetros de vias pavimentadas até o final de 2024. A informação correta é 215 quilômetros