Os ataques que a prefeita de Ponta Grossa, Elizabeth Schmidt (PSD), vem sofrendo levaram a chefe do Executivo a reforçar a segurança na própria residência, que fica na região do São José. A professora contratou um segurança particular para cuidar das redondezas, pois a intimidação não se restringiu aos fogos de artifício jogados no jardim da casa no último domingo (14).
Em entrevista na Rádio Mundi, a prefeita relatou que na madrugada desta quarta-feira (17) um suspeito teria dado indícios de que ‘picharia’ o muro da residência. No entanto, a presença do segurança na região teria intimidado a ação criminosa.
O único pronunciamento de Elizabeth sobre o caso ocorreu no programa comandado pelo ex-prefeito Marcelo Rangel. Em contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura, o portal dcmais e o jornal Diário dos Campos foram informados de que a prefeita não se manifestará oficialmente sobre o assunto.
Contudo, a Polícia Civil já tem em mãos o boletim de ocorrência do caso de domingo (14), quando um indivíduo se dirigiu até o portão da casa e soltou no jardim uma bateria de fogos de artifício. A família temeu um incêndio.
“Já estávamos deitados para dormir. Era quase meia-noite quando ouvimos o barulho estridente em frente à minha casa. Se fosse um pouco mais para o lado, teria acertado os carros na garagem e uma porta de alumínio pintada com tinta inflamável. Poderia pegar fogo na minha casa”, lamentou.
Naquele domingo ocorreu uma confusão em frente à residência poucas horas antes. A chefe do Executivo convocou uma reunião presencial de emergência com autoridades da saúde, empresários, presidente da Câmara Municipal e outros representantes da administração pública.
Por conta do número de veículos estacionados em frente ao local naquele domingo e pela data coincidir com o aniversário do marido de Elizabeth, populares se revoltaram e acreditavam se tratar de uma festa, o que acabou desmentido pela prefeita. “O mais difícil é esse ataque à minha pessoa. Eu não mereço isso. Está nas minhas mãos a vida de 350 mil pessoas”, frisou a prefeita.
Lockdown
Dois dias após a confusão e o ataque, a prefeita decretou ‘lockdown’ válido de 18 a 29 de março no município. Nesse período o comércio considerado não essencial estará fechado, o transporte público não vai funcionar, restaurantes só podem atender em delivery e parques públicos permanecem fechados. O Decreto completo está aqui.
A estimativa das autoridades é que Ponta Grossa totalize o mês de março com cerca de 180 mortes em decorrência da covid-19. O número quase iguala todos os óbitos registrados pela doença no ano passado.
Investigação
Com o boletim de ocorrência confeccionado e ciente do ataque à casa da prefeita, a Polícia Civil já abriu investigação. O delegado Maurício Souza da Luz comanda as diligências. Caso identificado, o suspeito vai responder dentro do artigo 251 do Código Penal: expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem mediante explosão, arremesso ou simples colocação de artefato. A pena aplicada é reclusão de um a quatro anos, e multa.