O preço dos itens considerados básicos bateu novo recorde em Ponta Grossa. De acordo com estudo mensal do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), a compra dos 33 produtos que compõem a cesta básica passou a custar R$ 854,80 na primeira semana de dezembro.
Os dados mostram que durante novembro a alta foi de 0,75%. Em contrapartida, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, foi de 0,41% – a maior taxa para um mês de novembro desde 2015 (1,01%).
No ano, o acúmulo da inflação da cesta básica de Ponta Grossa já chega a 13,8%.
“A Cesta Básica teve um aumento muito acentuado desde o começo do ano, com a guerra se instalando na Ucrânia e a alta no preço dos combustíveis. Isso fez com que tudo subisse de maneira gradativa, situação que permaneceu até setembro deste ano. Entre setembro e outubro, houve duas quedas que reduziram o acumulado do ano, que poderia ter sido bem maior”, avalia Alexandre Lages, economista da UEPG.
O economista ressalta que apenas o grupo carne reduziu de preço. “Todos os outros grupos pesquisados ficaram mais caros e, infelizmente, o custo da cesta básica passou da casa de 70% do salário mínimo, ficando cerca de R$ 100 mais cara neste ano”, complementa.
Preço da cesta básica em Ponta Grossa
A seguir, veja a evolução do preço da cesta básica em Ponta Grossa, de acordo com levantamento feito pela reportagem do DC com base no estudo da UEPG:
- Janeiro/2021: R$ 667,18
- Junho/2021: R$ 670,16
- Setembro/2021: R$ 730,57
- Dezembro/2021: R$ 751,04
- Janeiro/2022: R$ 752,73
- Abril/2022: R$ 819,12
- Junho/2022: R$ 843,65
- Setembro/2022: R$ 823,53
- Novembro/2022: R$ 854,80
Grupos
O grupo Alimentação em geral teve uma alta de 20,47% em 2022, com a farinha de trigo em primeiro entre os itens que mais subiram com variação positiva de 44,68%. Poderia ter sido pior, uma vez que o feijão ficou mais barato, com queda de 8,11%.
No grupo dos Hortifrutigranjeiros, o acumulado foi de 24,55% para cima. Entre os itens com maior variação estão a cebola, que subiu 128,11%, e o tomate, que ficou 18,08% mais barato.
O grupo Carne, que tem pesado no orçamento das famílias já há algum tempo, está um pouco mais barato agora do que em janeiro. O acumulado da carne bovina ao longo do ano registrou queda de 14,93%. Já o frango subiu 0,71% desde o começo do ano.
O grupo Higiene ficou 17,04% mais caro, com destaque para o sabonete, com alta de 64,01%. Nenhum item deste grupo ficou mais barato. O condicionador foi o que menos subiu, com alta de 4,67%.
O grupo Limpeza acumulou 20,52% de aumento. O produto com maior variação positiva foi o sabão em pó, 44,96% mais caro. O item que ficou mais barato foi a esponja, que teve queda de 16,99%.
Variação mensal de outubro a novembro
Grupo Alimentação Geral: teve um aumento de 2,16% e, dentro deste, o arroz foi o produto responsável pela maior variação positiva de 7,48% e sendo o sal o item de maior variação negativa, com 7,37%.
Grupo Hortifrutigranjeiros: com uma queda de 8,92%, dentro deste grupo, o produto de maior variação positiva foi a cebola com 14,30%, e o produto com maior variação negativa foi a banana, com 30,70%.
Grupo Carne: teve um aumento de 2,68% e, dentro deste, o frango apresentou a maior variação positiva com 3,35% e a carne bovina a menor variação positiva, com 2,35%.
Grupo Higiene: com uma queda de 3,96% e, dentro deste, o produto que apresentou a maior variação positiva foi o creme dental, com 6,96% e o xampu com maior variação negativa, de 10,97%.
Grupo Limpeza: teve um aumento de 6,64% e, dentro deste, o produto de maior variação positiva foi o sabão em pó, com 23,36% e o produto de maior variação negativa foi a esponja, com 18,49%.