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Ponto Azul é palco da criminalidade no Centro de Ponta Grossa

Guardas municipais de Ponta Grossa fazem abordagem na Praça Barão do Rio Branco no Centro
Foto: José Aldinan / Arquivo DC

A Praça Barão do Rio Branco passou por recente revitalização para receber feiras de artesanato e mostras culturais no Centro. Porém, o tradicional ‘Ponto Azul’ de Ponta Grossa também ganhou contornos de insegurança. Tráfico de drogas, agressões, tentativas de assassinato e homicídios estão na lista de ocorrências policiais dos últimos 45 dias. É o palco da criminalidade no Centro de Ponta Grossa.

Só na última semana duas situações assustaram comerciantes e moradores da região. No sábado, uma briga envolvendo dois moradores de rua terminou com um deles esfaqueado no tórax. O crime aconteceu à luz do dia, por volta das 11h30. Seis dias antes, no final da tarde, um homem de 59 anos levou duas facadas durante assalto na mesma região da cidade.

De maneira semelhante morreu Munir Ferreira da Silva, de 35 anos. Ele levou golpes de faca após desentendimento com um casal. Foi encontrado na praça, caído e já sem vida.

“Falta fiscalização nas praças”, cobra Maria Roseli, que atua no comércio do Centro. “Para quem precisa trabalhar cedo é impossível passar nessas praças do Centro por causa do perigo”, comenta Sônia Santos.

Foto: José Aldinan

O cenário criminal contrasta com recentes investimentos públicos. O espaço recebeu pintura, bancos, mesas e paisagismo. Passou a abrigar a ‘Feira da Barão’ e uma Unidade Cultural com quatro salas de exposições e ateliê.

Já a Secretaria de Cidadania e Segurança Pública reforça que instalou monitoramento por câmeras no local. Foi essa tecnologia que permitiu à Polícia Civil a identificação dos assassinos de Munir.

“[A Secretaria] irá intensificar as ações de patrulhamento na região por meio das Operações Praça e Fim de Ano, que serão deflagradas nos próximos dias”, diz o órgão via assessoria em relação a atitudes de prevenção ao crime.

Políticas Sociais

“A região está abandonada, cheia de drogados e moradores de rua”, diz Maria Roseli. Essa é a mesma impressão que dezenas de pessoas que circulam pelo Centro parecem ter. É perceptível pessoas em situação de rua presentes durante todo o dia tanto na Praça Barão do Rio Branco quanto na Barão de Guaraúna (dos Polacos). O problema vai além da Segurança Pública.

A Secretaria Municipal de Políticas Públicas Sociais afirma à reportagem que vai manter abordagens frequentes na região. Por outro lado, o órgão não esconde que “este público é muito resistente a sair do local”.

De acordo com o Serviço de Abordagem Social, 99% das pessoas que estão nas praças centrais usam o espaço como ponto de compra de drogas e para alimentação distribuída por ONGs. “Em sua grande maioria têm casa e família, porém permanecem no local em virtude do vício”, afirma.

Por fim, a administração pública cita os gestos de solidariedade que podem acabar estimulando o vício. “A Prefeitura salienta que a cidade de Ponta Grossa é muito solidária e ajuda muito as pessoas em situação de rua, sem saber que financiam drogas e bebidas alcoólicas”.

Insegurança aumentou há um ano

Em janeiro deste ano, o DC produziu reportagem indicando aumento da insegurança nas praças centrais de Ponta Grossa. Naquela oportunidade, a Fundação de Assistência Social admitiu elevação na quantidade de pessoas em situação de rua no Centro.

Conforme a administração municipal, a situação passou a ser percebida em novembro do ano passado. À época, segurança pública e órgãos de políticas públicas sociais passaram a se reunir. Na virada do ano, com a mudança de gestão na Prefeitura, novas estratégias de combate à criminalidade seriam adotadas.

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