O Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR) apresentou, na tarde desta quinta-feira (23), os projetos a serem executados na avenida Souza Naves, trecho urbano da BR-373 em Ponta Grossa, com objetivo de reduzir o elevado número de acidentes de trânsito registrados na região.
Conforme detalhado pela engenharia da CCR RodoNorte, responsável pela execução das intervenções em dois trechos da avenida, será feita a segregação do fluxo de veículos que percorrem a Souza Naves. A iniciativa colocará os veículos pesados ou que estejam apenas em passagem pelo município na área central da via, enquanto que os veículos que se dirigirem às vilas do entorno ou a estabelecimentos comerciais e de serviços farão a passagem por vias marginais.
No primeiro trecho, localizado na altura do Km 173, região do Sabará, as faixas centrais terão o nível rebaixado em cerca de sete metros em um trecho de aproximadamente um quilômetro. As marginais permanecerão no nível atual, atendendo o comércio local. As marginais terão velocidade máxima de 40 Km/h e as centrais 60 Km/h. As marginais terão mão dupla nos dois sentidos, e devem permitir todos os giros aos condutores.
No segundo trecho, nas imediações do Km 180, região da Bocaina, as faixas centrais serão aterradas e erguidas a uma altura de aproximadamente sete metros, enquanto que as marginais permanecerão no nível atual. As vias principais terão velocidade máxima de 60Km/h e as marginais de 40 Km/h.
Os dois trechos contarão com ciclofaixas compartilhadas, travessia segura para pedestres, contemplando retornos e acessos às regiões de adensamento urbano.
Contorno
Segundo o diretor geral do DER-PR, Fernando Furiatti, o investimento das duas obras soma R$ 55 milhões, mas não elimina a necessidade de uma obra ainda maior no futuro: a do contorno Norte. “Uma dessas obras custará R$ 30 milhões e a outra R$ 25 milhões. Valores que integram os R$ 365 milhões do acordo de leniência com a CCR RodoNorte, e 13 obras do lote 5 da concessão. O contorno Norte ainda não tem projeto executivo, mas a previsão orçamentária é de R$ 800 milhões. Um valor que nem todo o acordo de leniência poderia pagar”, comentou Furiatti. Mas ele lembrou que o contorno continuará necessário, porém deve ser incluído na nova concessão das rodovias – o atual contrato termina em 27 de novembro de 2021.
Atropelamentos
O inspetor da PRF, Marcos Aurélio, garantiu que os dois trechos correspondem aos de maior preocupação em uma extensão de 11 quilômetros, com alto índice de acidentes. “Dos 736 quilômetros [que atendemos] esse é o de maior letalidade”, comentou, lembrando que há poucos dias houve novo óbito em desses dois locais, em função de atropelamento. Um levantamento realizado pelo órgão apontou que houve quase 900 vítimas e 73 óbitos na Souza Naves, no período de 10 anos, e que medidas menores como a instalação de lombadas e fiscalização intensificada só serviram para reduzir os acidentes temporariamente. No ano passado foram 13 atropelamentos que resultaram em 10 óbitos.
Comércio
As obras devem iniciar até junho deste ano. Diante das preocupações manifestadas por empresários que atuam na região da Souza Naves, a direção do DER-PR e a concessionária CCR RodoNorte garantiram que serão adotadas medidas para minimizar os impactos das obras, que devem ser finalizadas em novembro de 2021. Para realização dos projetos foram levadas em conta as estatísticas de acidentes, a topografia dos trechos nos quais haverá intervenções, a necessidade mínima de desapropriações e o menor impacto ao comércio. Furiatti classificou as duas obras como históricas e necessárias.
Projetos
O secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, destacou que Campos Largo e Piraí do Sul também recebem intervenções do tipo. “A participação da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Rodoviária Estadual foi decisiva, e se somam aos dois novos acessos de Ponta Grossa: acesso secundário e acesso ao contorno Leste”, comentou, prevendo que a execução inicia no próximo mês. “Um investimento importante, num momento de retomada de crescimento no estado”, disse.