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Ponta Grossa tem uma das únicas fábricas mundiais de máquinas de hóstias

Ponta-grossense Atto já faturou mais de R$ 5 milhões com a fabricação dos 20 modelos que produzem as partículas que, após consagradas, se transformam no símbolo católico

As máquinas de corte diferenciam-se entre as partículas que se transformarão nas hóstias dos fiéis e nas dos celebrantes, que levam um símbolo personalizado (Foto: José Aldinan)

Você sabe como são fabricadas as hóstias, símbolos da Eucaristia e do Corpo de Cristo nas celebrações católicas? Além do modo artesanal, feito individualmente, a produção das partículas (como são chamadas as massinhas em formato circular antes de ser consagradas) também pode ser feita de forma industrializada – e Ponta Grossa possui uma das únicas fabricantes mundiais de máquinas que produzem o item religioso.

A Atto é uma empresa ponta-grossense fundada em 2016 que produz máquinas especiais, feitas de acordo com a necessidade do cliente. A empresa possui três sócios, todos das áreas de mecatrônica, automação e/ou eletromecânica: Bruno Cartelli, Luciano Pacheco Wendler e Theodoro Bahniuk Neto, este último fundador da empresa antecessora da Atto, a Exa Automação Industrial, que começou a fabricar as máquinas de produção de hóstias já em 2009.

“A Exa prestava serviços na indústria elétrica e automação. Fazendo manutenções em mosteiros e conventos percebi que a produção de hóstias era defasada e ao fazer o plano de negócios identifiquei apenas 8 empresas no mundo que faziam essas máquinas, além de uma no Brasil que não atendia a qualidade exigida”, conta Bahniuk Neto.

Ele conta que há vinte modelos diferentes de máquinas, entre as que assam e as que cortam as partículas, seja no formato voltado aos fiéis, menor, seja naquele voltado aos celebrantes, maior e com símbolos personalizados. “Conseguimos a patente da máquina que corta por rolo, por exemplo, e até onde a gente sabe não ela existe em outro lugar do mundo”, conta o sócio da empresa, que já recebeu ofertas da Alemanha e pretende começar a exportar as máquinas ponta-grossenses.

De acordo com Theodoro, a Atto já faturou mais de R$ 5 milhões apenas com a venda das máquinas que produzem hóstias. “Nós vendemos tanto para religiosos, que têm produção própria, quanto para fabricadores de hóstias, que produzem as partículas em larga escala”, conta o engenheiro.

Da direita para a esquerda, os sócios da Atto: Bruno Cartelli, Luciano Pacheco Wendler e Theodoro Bahniuk Neto (Foto: José Aldinan)

Da igreja ao bar

A Atto desenvolve equipamentos personalizados, que atendem a necessidade dos clientes, e além destas produções sob medida também possui outro carro-chefe junto às máquinas de hóstia, curiosamente voltado a um local oposto às igrejas: os bares. “Nós fazemos uma máquina exclusiva para a Heineken que atende uma necessidade da distribuição das suas garrafas de cerveja, utilizada junto aos engradados”, conta Bahniuk Neto.

Foto: José Aldinan

Fabricação das hóstias nas máquinas

Conforme conta Theodoro Bahniuk Neto, as partículas que se transformam em hóstias após a consagração religiosa contem com quatro três etapas de fabricação: elas têm os seus ingredientes – majoritariamente trigo e água – misturados e depois são assadas, umidificadas e cortadas.

“A mistura dos ingredientes é feita geralmente em um liquidificador ou batedeira industrial. Depois disso a partícula pode ser feita pelas nossas máquinas, que as assam, as umidificam, já que elas saem secas e quebradiças, e as cortam, podendo esse processo ser feito em diferentes tamanhos e formas diferentes”, explica o sócio da empresa.

Foto: José Aldinan

Mercado católico é destaque em Ponta Grossa

Além da Atto, outra empresa que tem a sua atuação relacionada à religião católica se destaca em Ponta Grossa, devido à sua economia: a Associação Missionária de Beneficência, que possui sete unidades educacionais no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, sendo tre em Ponta Grossa – o Colégio, a faculdade e o Centro de Educação Infantil Sant’Ana.

De acordo com o ranking das 500 maiores empresas do Sul, elaborado há 30 anos pelo Grupo Amanhã em parceria com a PwC, a instituição sediada na cidade é a 497ª maior empresa do Sul do país e 5ª maior do ramo de Educação do Paraná. Ainda de acordo com a publicação, a associação somou, em 2019, um patrimônio líquido de R$ 86,76 milhões e obteve um lucro líquido de 9,07 milhões.

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