Um levantamento feito pela Fundação Municipal de Saúde (FMS) aponta que Ponta Grossa vem conseguindo reduzir a taxa de mortalidade infantil, especialmente nos últimos cinco anos. Os dados foram reunidos, a pedido do Diário dos Campos e portal dcmais, tendo por base as estatísticas da fundação no atendimento em casos de mortes no nascimento.
Conforme verificado, nos anos de 2009, 2010 e 2011 houve uma quantidade maior de casos. Os números oscilaram nos anos seguintes, apresentando redução mais significativa nos últimos quatro anos. Dez anos atrás, o número de óbitos no nascimento chegou a 48. Em 2019, o número caiu para 31. Neste ano, até o momento, foram contabilizados 25 casos.
Para a FMS, a queda se deve a uma série de ações adotadas pelo município. “Uma das ações foi a construção do Protocolo Municipal de Saúde Materno Infantil. Também podemos citar a melhoria no tempo de resultado de exames laboratoriais em gestantes, a adoção de testes rápidos na própria Unidade de Saúde e a priorização das gestantes nos indicadores”, informou a prefeitura, por meio de sua assessoria de imprensa.
O acompanhamento das gestantes em consultas alternadas por médicos e enfermeiros, vinculação à maternidade e disponibilidade de tratamento em dose única para infecção urinária também foram citados. Segundo a FMS, a infecção urinária é uma das maiores causas de parto prematuro. A criação do SISREG, sistema que que faz a regulação das necessidades de especialistas, também seria uma das formas encontradas para reduzir os casos.
“Além das ações citadas o município realiza a investigação dos óbitos infantis e fetais com objetivo de trazer melhorias para a assistência das gestantes, parto e recém-nascido”, informa a fundação.
Dados do IBGE
As informações da prefeitura se restringem aos óbitos no nascimento. No que se refere à mortalidade infantil, os levantamentos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) consideram os óbitos ao longo de todo o primeiro ano de vida.
Neste caso, também foi identificada redução nos óbitos. Em 2009, o município aparecia com 81 óbitos, e taxa de 16,31 óbitos a cada mil nascidos vivos. Apesar da oscilação dos números, os dados de 2017 (o mais recente disponibilizado pelo instituto) apontam que a taxa caiu para 12,66, com 66 óbitos.
Os casos
Apesar dos dados apontarem para queda nos casos, cada morte significa tristeza e desequilíbrio no meio familiar. Em 26 de março de 2019 faleceu a bebê de Karla Zacarias de Souza, moradora de Ponta Grossa. À época, a família suspeitou de erro médico. Procurada pela reportagem, Karla disse que a FMS realizou um procedimento administrativo, informando depois que não houve falha no atendimento. Até hoje, Karla tenta entender o que houve de errado.
5.359 – é o número de nascimentos registrados pelo IBGE em Ponta Grossa em 2017. Foram 311 a mais que em 2009, mas 275 a menos que em 2014