A cirurgia bariátrica, ou conhecida também como cirurgia de estomago, não se trata de um procedimento estético, mas sim de saúde e bem estar dos pacientes que procuram por essa opção. De acordo com o Dr. Victor Hugo, endocrinologista, a doença pode estar associada a algumas doenças como diabetes, dislipidemia, hipertensão arterial, entre outras. Ela só pode ser associada a pessoas que tem Obesidade mórbida.
Segundo a secretaria de saúde do estado, o Paraná realiza 27% cirurgias bariátricas feitas no Brasil pelo SUS, ou seja, é o estado que tem melhor resultado nesse tipo de cirurgia. No Brasil, são realizados cerca de 100 mil cirurgias, 10% foram através da rede pública, segundo a pesquisa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica. A obesidade se trata da doença mais cara do mundo, seguido apenas do fumo e das conseqüências causadas pelas guerras e terrorismo.
Quem escolheu realizar a cirurgia bariátrica, não se arrepende, é o caso de Isabelly Pereira, atleta do time Novo Basquete Ponta Grossa. Isabelly chegou a pesar 150 quilos, e já se via há algum tempo sem poder fazer algumas atividades simples como ir ao cinema, porque não cabia nas cadeiras, jogar basquete porque os joelhos doíam, e nem mesmo ir a uma lanchonete que tivesse cadeiras de plástico. "A gota d'água foi quando eu estava na praia e nós não achávamos um lugar com cadeiras que poderiam não quebrar com meu peso. Além do problema com o espelho, tinha a saúde que já estava bastante debilitada", conta. Isabelly fez a operação na Santa Casa de Ponta Grossa, um dos únicos hospitais que atendem esse tipo de procedimento na cidade e no estado.
Vitor Hugo indica a cirurgia para quem não tem mais alternativas para mudança de peso, como foi o caso da Isabelly quando chegou ao médico. "Antes, a pessoa precisa mudar de vida, ter uma reeducação alimentar, adotar hábitos saudáveis e fazer exercícios físicos regularmente. Alguns medicamentos também são oferecidos aos pacientes que querem realizar o procedimento".
Mas de acordo com o edocrinologista, o pós-operatório não é nada fácil. É preciso acompanhamento nutricional e psicológico. "Além de ficar sem consumir alimentos sólidos, apenas os líquidos, durante mais de 30 dias, existe uma ansiedade por parte do paciente que quer que o resultado seja rápido, mas não é bem assim". No caso de Isabelly, foram dois anos até conseguir chegar em boa forma saudável e perder 61 quilos. " Eu estou feliz! A cirurgia foi uma espécie de renascimento, serviu para motivar e poder voltar a fazer as coisas que eu sempre gostei" conta orgulhosa a paciente que já voltou a jogar pelo time da cidade.
O procedimento pelo SUS
Em Ponta grossa, são mais de 100 pacientes na fila de espera para uma cirurgia bariátrica pelo SUS, segundo a secretaria de saúde do PR.
Para se candidatar à cirurgia bariátrica no programa do Estado, o paciente deve procurar um atendimento para que seja avaliado necessidade da cirurgia. Se a operação for indicada, o médico da atenção básica deve inserir o paciente na Central Estadual de Regulação, que faz o encaminhamento para o Programa de Cirurgia Bariátrica. As regras da fila são estipuladas pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria de Estado de Saúde.
