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Ponta Grossa tem maior aumento anual no preço de gasolina e etanol entre as maiores do PR

Na variação do diesel Ponta Grossa registrou uma porcentagem menor apenas que a de Maringá

Foto: José Aldinan

De um ano pra cá os ponta-grossenses têm sentido mais diferença no bolso na hora de abastecer seus veículos do que curitibanos, londrinenses e maringaenses. Entre as maiores cidades do Paraná Ponta Grossa foi a que registrou maior variação anual do preço médio da gasolina (7,22%) e do etanol (13,3%), enquanto no diesel (3,19%) teve o segundo maior aumento, atrás apenas de Maringá (3,47%).

Os dados são de um levantamento feito pela reportagem do jornal Diário dos Campos e portal dcmais baseados no sistema de preços da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), considerando os preços mínimos e máximos registrados em cada cidade na semana de 2 a 8 de fevereiro de 2020, e na plataforma Menor Preço do Nota Paraná, considerando os preços mínimos e máximos registrados em cada cidade no início da tarde desta terça-feira (9).

Questionado sobre essa diferença de variações de preços entre as cidades o Sindicato dos Revendedores de Combustíveis e Lojas de Conveniências do Estado do Paraná (Paranapetro), que representa o setor de postos de gasolina, respondeu à reportagem que as companhias distribuidoras possuem políticas de preço diferentes para cada cidade.

“Isto é, praticam preços diferentes de uma cidade para outra, mesmo que poucos quilômetros as separem. E até mesmo dentro de uma mesma cidade as companhias distribuidoras costumam vender aos postos combustíveis com outros diferentes, conforme bairro ou região. Como o mercado é livre, isto é possível e ocorre com frequência”, afirmou a entidade, em nota (confira a nota na íntegra no final desta reportagem).

“Outros dois fatores importantes são os custos que cada cidade oferece e o volume de litros vendidos em cada cidade. Os postos não podem comprar os combustíveis diretamente das refinarias da Petrobras, são obrigados a comprar das distribuidoras”, lembrou o sindicato.

Aumento de preços

A evolução dos preços médios em Ponta Grossa foi a seguinte: na gasolina, passou de R$ 4,29 para R$ 4,60, no etanol, de R$ 3,17 para R$ 3,59 e no óleo diesel de R$ 3,44 para R$ 3,55.

E a tendência é que eles aumentem ainda esta semana, já que a Petrobas começou a aplicar nesta terça (9) aumentos nos preços médios de venda nas refinarias. “Desde ontem [9] os combustíveis já estão chegando aos postos com os novos preços, e devemos sentir os repasses até quarta [10] e quinta [11]”, afirma Helio Sacchi, presidente da Associação dos Operadores dos Postos dos Campos Gerais.

Com os aumentos deste semana, o preço médio de venda de gasolina nas refinarias da Petrobras passa a ser de R$ 2,25 por litro, uma alta de 22% só em 2021 – que já acumula três reajustes. Já o preço médio de venda de diesel passa a ser de R$ 2,24 por litro, alta de 10,9% em 2021. Ou seja, com as novas altas o litro da gasolina passou a custar mais caro que o do diesel às distribuidoras.

Etanol x gasolina

Apesar das altas, está mais vantajoso para carros flex abastecer com gasolina do que com etanol. A conta feita por especialistas, que contempla a composição e rendimento de cada combustível, é que basta dividir o preço do litro do etanol pelo da gasolina; se o resultado for inferior a 0,7, o derivado da cana-de-açúcar é o melhor para abastecer. Se for maior que 0,7, então a gasolina é melhor – e, considerando os preços médios obtidos no levantamento de Ponta Grossa, esse índice chega a 0,78 na cidade.

Impactos

Conforme destaca o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), o custo do combustível afeta diretamente a inflação, em especial de alimentos e bebidas, além do setor de transportes, sobre o qual o aumento incide diretamente.

Proposta do governo

Conforme sempre lembra a Petrobras os valores praticados nas refinarias – e, portanto, as altas anunciadas – são diferentes dos percebidos pelo consumidor final no varejo. “Até chegar ao consumidor, são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biocombustíveis pelas distribuidoras, no caso da gasolina e do diesel, além dos custos e margens das companhias distribuidoras e dos revendedores de combustíveis”, informa a empresa.

Como tentativa de reverter o aumento expressivo dos preços de combustíveis no país o , o presidente Jair Bolsonaro acenou com a possibilidade de mudar a forma de cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pelos Estados para amenizar a alta dos combustíveis, que também tem sido motivo de aumento de inflação, levando o mercado a prever uma possível alta na taxa de juros. Em nota, os secretários estaduais de Fazenda rebateram dizendo que o alto custo dos combustíveis se deve à política de preços da Petrobras – e não ao peso do imposto estadual.

Nota Paranapetro

Em relação à demanda do jornal sobre a diferença de preços na região, o Paranapetro-PR, entidade que representa o setor de postos de gasolina no Paraná, esclarece o seguinte:

Os postos não podem comprar os combustíveis diretamente das refinarias da Petrobras. Os postos são obrigados a comprar das distribuidoras.

Surge a partir deste ponto uma das causas da diferença de preços entre cidades: as companhias distribuidoras possuem políticas de preço diferentes para cada cidade. Isto é, praticam preços diferentes de uma cidade para outra, mesmo que poucos quilômetros as separem.

E até mesmo dentro de uma mesma cidade as companhias distribuidoras costumam vender aos postos combustíveis com outros diferentes, conforme bairro ou região. Como o mercado é livre, isto é possível e ocorre com frequência.
Os postos de combustíveis muitas vezes são responsabilizados por isto de forma equivocada, com afirmações que desconhecem o funcionamento do mercado.

Outros dois fatores importantes são os custos que cada cidade oferece e o volume de litros vendidos em cada cidade.

Conclusão

Os postos representam o último elo até o combustível chegar ao consumidor final, e por isso são o lado mais exposto. Mas fica evidente que os postos são também o agente com menor poder econômico – e por consequência – menor poder de interferência na variação de preços.

Finalizamos ressaltando que o Paranapetro não tem atribuição de decidir, regulamentar ou pesquisar preços, e que as informações repassadas estão disponíveis no mercado.

PARANAPETRO – Sindicato dos Revendedores de Combustíveis e Lojas de Conveniências do Estado do Paraná.

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