Ponta Grossa chegou na madrugada de ontem (16) ao 15° homicídio em 2022. A vítima foi um jovem de 19 anos. O auxiliar de serviços gerais, Junio Luís Padilha, levou sete tiros na frente da própria casa. A execução aconteceu na Rua Cristóvão Rosteck Gaia, entre os residenciais Panamá e Costa Rica, no bairro Neves. Junio teria sido morto por engano.
Segundo o Boletim da Polícia Militar, expedido às 4h40 da manhã, dois homens chegaram de carro na casa da vítima e chamaram pelo nome do irmão do jovem morto. O rapaz saiu para ver do que se tratava e foi alvejado. Ele foi socorrido pelo Siate/Corpo de Bombeiros, mas faleceu pouco depois de dar entrada na Santa Casa de Misericórdia. Os autores fugiram a bordo de um VW Gol de cor prata.
A Polícia Civil recebeu o caso para investigação nesta quarta-feira, mas informou à reportagem que ainda não há detalhes oficiais sobre o assassinato de Junio.
Este é o 8° homicídio de Ponta Grossa em 2022 com a mesma característica: execução. O pano de fundo dessas mortes violentas, na maioria dos casos, segundo a própria Polícia Civil, é o tráfico de drogas. Considerando os números apresentados é possível afirmar que mais da metade dos assassinatos de PG estão atrelados ao tráfico.
No caso de Junio, o alvo seria o irmão dele. Pelas redes sociais, a reportagem apurou que este irmão teria o mesmo nome do meio: Luís. Este nome, inclusive, é bastante presente na família. O pai de Junio, por exemplo, se chama Edson Luís.
Também pelas redes sociais, o irmão de Junio lamentou a perda e escreveu em um comentário. “Cara morreu por nada. Inocente. Vai ser cobrado. Não devia nada”.
Durante o dia, familiares de Junio Luís Padilha pediram ajuda para realização de velório e sepultamento. Mais tarde, o Serviço Funerário Municipal confirmou que o corpo do rapaz passaria por velório na Capela Municipal São José. Já o sepultamento ocorreu na manhã desta quinta-feira (17) no Cemitério Vicentino, em Uvaranas.
Mapa da morte
Das 15 mortes violentas contabilizadas pela reportagem desde a virada do ano, duas ocorreram no Neves. Outras três tiveram como cenário o bairro vizinho: Uvaranas. Mesmo número de ocorrências do Cará-Cará, que tem grande extensão territorial em Ponta Grossa.
A Vila Cipa, em Oficinas, foi palco de duas das oito execuções. Ambas com indícios de ligação ao tráfico. Houve também em janeiro dois crimes semelhantes no bairro Contorno.
Por fim, o mapa da violência contabiliza dois assassinatos nas vilas Madureira e Palmeirinha, na Nova Rússia, e um homicídio na Vila Dalabona, bairro Chapada.
Das 15 mortes, 14 foram de homens. A única vítima feminina foi Natasha Oliveira da Silva, de 14 anos. A adolescente foi morta pelo próprio avô no segundo dia do ano.
Conforme o levantamento, a média de idade das vítimas de homicídio em Ponta Grossa está na casa dos 29 anos.