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Ponta Grossa registra quarto caso de execução em uma semana

Morte Cristiane Fragoso
Cristiane, 38 anos, era natural de Guarapuava e trabalhava como autônoma. Foto: (Divulgação/Redes sociais)

Era noite de quarta-feira (22), por volta das 19 horas, quando Cristiane Fragoso, 38 anos, foi surpreendida por três homens armados que invadiram a sua casa, na Rua Primitiva Barnabé, bairro Contorno, e atiraram em sua direção. Não houve tempo para correr e a vítima, que foi atingida por vários disparos e golpes de faca, morreu na hora.

Essa foi a quarta execução registrada em apenas uma semana em Ponta Grossa. A cidade tem sido cenário de crimes semelhantes que, ao que tudo indicam, são indícios da retomada da guerra de facções criminosas em decorrência do tráfico de drogas.

Na noite de quarta, a PM recebeu um chamado via 190 sobre a ocorrência no bairro Contorno. Segundo o boletim informativo, o irmão de Cristiane estava no local e contou que os três autores chegaram a pé em frente a residência da vítima armados com pistola e revólver.

“O mesmo conseguiu fugir e, ao retornar para a residência, encontrou sua irmã caída no chão do banheiro, com diversos disparos de arma de fogo e golpes de faca pelo corpo, já em óbito”, relatou a PM. A Criminalística esteve no local para coletar informações que vão ajudar nas investigações.

Cristiane era natural de Guarapuava e trabalhava como autônoma. O seu corpo foi encaminhado do Instituto Médico Legal (IML) diretamente para o cemitério São Vicente de Paula. O sepultamento aconteceu às 16h30 de quinta-feira (23).

Morte Cristiane Fragoso
Cristiane, 38 anos, era natural de Guarapuava e trabalhava como autônoma. Foto: (Divulgação/Redes sociais)

Relação

Cerca de uma hora após a morte de Cristiane, a Polícia Militar recebeu um novo chamado, às 20h30, na Rua Valdir José Alves, localizada a 280 metros de onde ocorreu o crime, onde populares informaram que uma pessoa ferida teria entrado em uma residência naquele endereço.

“De posse das informações a equipe tentou contato com possíveis moradores do endereço e, diante da suposta denúncia, percebendo que as luzes estavam acesas e a porta aberta, decidiu por adentrar o imóvel”, disse a PM.

Durante vistoria pela casa, a polícia encontrou em um dos quartos um revólver calibre 32 sem marca e numeração carregado com seis munições: quatro picotadas e duas intactas. Nos outros cômodos, foi localizado no guarda-roupas, dentro de um frasco de vidro, R$ 1057 em dinheiro, além de 35 gramas de cocaína e 238 gramas de maconha. A pessoa que estaria ferida na residência não foi localizada.

Coincidentemente, o Corpo de Bombeiros foi acionado para atender a uma ocorrência de incêndio em veículo Chevrolet/Onix, na Estrada do Alagados, por volta das 20h39. Todas as situações estão sendo analisadas pela Polícia Civil para saber se elas têm relação entre si.

Execuções

A morte de Cristiane Fragoso chama a atenção pela semelhança com os outros crimes ocorridos recentemente em Ponta Grossa. Em um deles, mãe e filha foram baleadas pelos executores que não encontraram, na residência invadida, o alvo principal: o namorado da atendente de lanchonete Simoni Souza Barbosa.

Ela tinha 23 anos e foi atingida por um tiro na cabeça, na noite do dia 14 de dezembro, permaneceu hospitalizada no Hospital Universitário Regional e, depois de constatada morte cerebral, teve os órgãos retirados para doação e o corpo foi sepultado no domingo passado (19). A mãe, que foi alvejada no tórax, esteve no velório da filha. Nessa ocorrência, o veículo usado na fuga foi queimado, próximo ao local do crime.

Na manhã de segunda-feira (13), a casa de Jonathan Willian da Silva, de 30 anos, foi invadida por pelo menos dois homens que o executaram com tiros no rosto. O carro utilizado no homicídio foi encontrado queimado em uma plantação. Esse homicídio ocorreu no Santa Paula 3. O homem sumariamente executado havia saído da cadeia poucos dias antes.

Exatamente uma semana depois, segunda-feira (20), o mecânico Victor Moraes do Vale, 27 anos, estava dentro de um Ford/Escort, na Rua Rio Cavernoso, bairro Neves, quando dois indivíduos se aproximaram em uma motocicleta e efetuaram vários disparos de arma de fogo. Victor foi alvejado e foi a óbito no local. Uma mulher, que seria passageira do veículo, se evadiu.

Tráfico em guerra

No segundo semestre, Ponta Grossa convive com onda de homicídios. A Polícia Civil elucidou que quase 90% dos assassinatos foi causado pela disputa por territórios para a comercialização de drogas. O número de mortes aumentou em Ponta Grossa no primeiro semestre deste ano e a motivação, que em 50% dos casos eram ligadas ao tráfico de drogas, passou a 90%.

“Sabemos que o pano de fundo é dinheiro para o tráfico, mas queremos descobrir o que motivou essa disputa, que culminou em pessoas mortas com muitos tiros, invasões de residências e outras situações que são realmente típicas de brigas de associações para o tráfico”, afirmou o delegado Nagib Nassif Palma em entrevista recente à reportagem.

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