Ponta Grossa foi o município paranaense que registrou maior aumento no número de divórcios, entre 2018 e 2019. O dado se refere ao comparativo entre os 10 municípios mais populosos do Paraná, e consta na pesquisa Estatística do Registro Civil, divulgada pelo IBGE nesta quarta-feira (9).
O relatório traz dados nacionais, estaduais, e alguns municipais. A reportagem do Diário dos Campos e portal dcmais se debruçou sobre os números de 2019 divulgados nesta semana e comparou com os dados divulgados no ano passado, de 2018. Como resultado, é possível observar que o número de casamentos registrados no município aumentou em cerca de 7,3%, enquanto que os processos de divórcio encerrados em primeira instância aumentaram em 68,6%.
Entre os 10 municípios com maior população, esse aumento percentual em processos de divórcio está muito acima dos demais. Londrina teve aumento de 20%, Cascavel de cerca de 23% e Paranaguá de 11%. As demais cidade apresentaram queda nos processos de divórcio.
Apesar do aumento expressivo verificado em Ponta Grossa, um eventual ranking colocaria a cidade em quarto lugar no número de divórcios, enquanto Londrina apareceria no topo, com 1.355 processos em 2019.
No Paraná, houve uma redução no número de casamentos, que foi de 58.851 para 57.479, enquanto que os divórcio aumentaram de 15.374 para 16.152 no período analisado.
Brasil
Os números de Ponta Grossa são bem diferentes da variação verificada no Brasil. Segundo informado pelo IBGE, o número de divórcios (383.286) concedidos em 1ª instância ou por escrituras judiciais em 2019 caiu 0,5% em relação a 2018 (385.246) no país. Assim, a taxa geral de divórcios (percentual de divórcios por cada mil pessoas com 20 anos ou mais) caiu de 2,6% (2018) para 2,5% (2019).
Mas houve também uma diminuição no tempo de duração do casamento na última década. Em 2019, o tempo médio entre a data do casamento e a data da sentença ou escritura do divórcio foi de 13,8 anos; em 2009, era de 17,5 anos. Sendo que 48,2% dos divórcios ocorreram após menos de 10 anos de casamento.
Casamentos homoafetivos
Foram, no ano passado, 9.056 casamentos entre pessoas do mesmo sexo, ante 9.520 no ano anterior. Ao contrário dos vínculos entre sexos diferentes, esses casos cresciam ano a ano, na contramão da tendência geral de queda de casamentos. Mesmo com a diminuição no ano passado, o número ainda é bem maior que os 5 887 observados em 2017 – o que mostra como os registros pós-eleição de Bolsonaro envergaram para cima a curva.
Quando são considerados todos os tipos de casamento, o Brasil voltou a observar uma diminuição. Foi a quarta queda consecutiva na comparação anual – desta vez, 2,7% de diferença negativa em relação ao ano anterior. Ao todo, pouco mais de 1 milhão de casais se formaram em 2019 no País.
Outra mudança que vem ocorrendo é a idade com que as pessoas se casam – cada vez mais velhas. Aos poucos, começa a haver maior incidência nos casos de homens e mulheres com mais de 40 anos que decidem se juntar. No caso dos homens, um a cada quatro já está nessa faixa etária; entre as mulheres, cerca de uma a cada cinco. (Estadão Conteúdo)