Dia 10 de outubro de 1930, durante a revolução liderada pelos estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul; Getúlio Vargas e Góis Monteiro acompanhados de Flores da Cunha, João Neves da Fontoura, Maurício Cardoso, Virgílio de Melo Franco e todo o estado-maior civil e militar da revolução, seguiram de trem com destino ao norte do Paraná.
Prevendo choques violentos com as tropas legalistas comandadas pelo general José Pais de Andrade, o comboio revolucionário estacionou em Ponta Grossa. Vargas e sua comitiva permaneceram em um dos vagões da composição ferroviária, enquanto Góis montou seu quartel-general em um grupo escolar da cidade. Ali, planejou o ataque geral que, tomando como base a frente de Itararé, seria desfechado sobre São Paulo no dia 25 de outubro.
Ainda em Ponta Grossa, porém, Góis foi informado pelo seu ajudantes-de-ordens das ocorrências no Rio de Janeiro que culminariam com a deposição do presidente Washington Luís. Um grupo de oficiais-generais, liderados por Augusto Tasso Fragoso, exigiu a renúncia do presidente através de um documento encaminhado por intermédio do cardeal-arcebispo do Rio de Janeiro, dom Sebastião Leme. Ante a negativa de Washington Luís, no dia 24 de outubro os militares determinaram o cerco do palácio Guanabara e sua prisão. Vargas recebeu a notícia, quando participava de uma reunião em Ponta Grossa.
De Ponta Grossa, Vargas comunicou imediatamente à junta que prosseguiria a luta se não fosse reconhecido como chefe de um governo provisório. Ao mesmo tempo, ordenou às forças revolucionárias que prosseguissem seu avanço em direção à capital do país.
Em 28 de outubro, o impasse foi finalmente superado, após entendimento firmado por Aranha e Collor, emissários de Vargas, e o general Tasso Fragoso. Em proclamação ao país, a junta comunicou a decisão de transmitir o poder a Vargas. Depois de dias em Ponta Grossa, onde ficou escondido, saiu ovacionado e carregado pelo povo como vencedor e líder da nação.
A caminho do Rio, em trem militar, Vargas entrou em São Paulo. Em 31 de outubro, precedido por três mil soldados gaúchos, Vargas desembarcou no Rio, de uniforme militar e com grande chapéu gaúcho, sendo recebido com uma manifestação apoteótica de apoio. Finalmente, em 3 de novembro de 1930, Vargas tomou posse como chefe do Governo Provisório, data que marca o fim da República Velha no Brasil.
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