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Ponta Grossa lota as ruas durante procissão de Corpus Christi

Fotos: Divulgação

Nem mesmo o frio afasta o povo de Deus de Jesus na Eucaristia. Mais uma vez, a procissão de Corpus Christi, que reúne as 24 paróquias da cidade de Ponta Grossa, levou sacerdotes, diáconos, seminaristas, religiosos, leigos – consagrados ou servidores do altar – e milhares de católicos para as ruas, ontem (30), à tarde, em mais uma linda manifestação pública de fé.

Como sempre, eles vêm de todas as regiões da cidade e das formas mais variadas. Há os que percorrem todo o percurso, de 3,5 quilômetros, rezando e cantando, os que se juntam ao cortejo em algum ponto do trajeto e ainda há os que aguardam a sua chegada, em frente ao palco, na Rua Balduíno Taques.

Participação

“Há muitos anos participo. Como ministra da Eucaristia, eu venho há dois anos já. Este ano, vim sozinha porque meu marido está trabalhando. Ele também é ministro, mas não pode vir. A gente vem sempre, mesmo antes de sermos instituídos ministros. É costume. Para mim, estar aqui é um ato de amor e fé”, dizia Maria Roselei Marchinski, que serve na Capela Nossa Senhora da Luz, no Jardim Maracanã, território da Paróquia Santa Rita de Cássia.

Calcula-se que entre 25 e 30 mil pessoas acompanharam a procissão de Corpus Christi, entre os quais os representantes de 50 entidades, entre paróquias, pastorais, movimentos e associações católicos, que estevam nas ruas desde as primeiras horas da manhã para a montagem dos tradicionais tapetes.

Mistério de amor

O bispo Dom Sergio Arthur Braschi lembrava que a Santíssima Eucaristia é um mistério infinito de amor. “Antes de dar a vida na cruz, Jesus quis dar a vida na ceia. Celebrando a Páscoa ele modificou o rito da páscoa judaica, como sabemos. Partiu o pão e dando aos discípulos disse: ‘isso é o meu corpo, minha vida, que será entregue por vocês”. Eles não entendiam, muito menos o sabia que seria logo, não dia seguinte. E, no entanto, receberam e comeram aquele pão, que não era mais pão, era o corpo de Jesus entregue para a salvação de todo o mundo.

Depois, no fim da ceia, ele tomou o cálice e distribuindo a eles de novo disse: ‘este cálice é o cálice da nova e eterna aliança, aliança com o Deus meu Pai e a Humanidade, não como aquela aliança antiga, que foi descumprida pelo povo, mas o meu sangue-aliança, sangue de uma aliança nova e eterna, que será derramado por vós e por todos, para a salvação do mundo. Fazei isso em memória de mim’”, enaltecia o bispo.

Renovação

“Queridos diocesanos, é esse mistério da Santíssima Eucaristia que os sacerdotes – muitos estão aqui – tantas vezes repetem na Santa Missa quando o padre, ou bispo, consagra aquele pão e aquele cálice, o sangue de Cristo. Se renova ao longo da história o mesmo gesto de amor de Jesus, que amou até o fim. ‘Amou até o fim’ quer dizer ‘amou até o extremo de dar a vida’. E é isso que temos de aprender dele.

Por isso, meditamos durante a nossa procissão de Corpus Christi a nossa caminhada diocesana, o nosso plano de pastoral que está ainda vigente, aguardando as próximas diretrizes da CNBB – possivelmente (saiam) ano que vem – que vai nos convidar para abrir as nossas tendas, acolher a tantos que ainda não fazem parte, para tornar cada vez mais ampla a tenda de Deus, que nos acompanha. Nós somos povo de Deus peregrino, diz o Concílio Vaticano II. Podemos dizer aqui na nossa região, ‘povo tropeiro’. Essa foi a nossa origem. E depois, como nos fala a oração do centenário, junto com os tropeiros que vêm de uma época mais remota, os migrantes…porque muitos de nós aqui, que estamos nessa região, não só Ponta Grossa, mas em toda a Diocese, somos descendentes de migrantes. Muitos (vieram) de longe, Europa, Japão, regiões do Oriente Médio, peregrinos de esperança. Tropeiros, migrantes, aventureiros…Muita gente precisou se aventurar para chegar e se estabelecer aqui. A nossa vida é essa aventura. Mas, quando ela é com Deus, ela está garantida”, destacou Dom Sergio.

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