Em 2021 Ponta Grossa se consolidou como a cidade que mais exporta grãos através dos portos do Paraná. Dos 243 municípios paranaenses que enviaram granéis para outros países através do litoral do estado, 10% da origem dos produtos foi da maior cidade dos Campos Gerais.
Após PG, lideram o ranking da exportação de granéis sólidos Paranaguá (8,35% do total), Campo Mourão (5,9%), Cascavel (4,36%), Guarapuava (3,98%), Maringá (3,42%), Lapa (2,89%), Londrina (2,18%) e Irati (1,63%).
O levantamento foi feito pela Portos do Paraná a pedido da reportagem do jornal Diário dos Campos e portal dcmais.
Apesar da liderança, Ponta Grossa seguiu a tendência estadual e em 2021 exportou menos grãos do que em 2020. Foram 898.338 toneladas, sendo 72% de farelo de soja, 27,6% de soja e 0,4% de milho.
Apesar de expressivo, este montante é 33% menor que o obtido em 2020, quando PG exportou 1,34 milhão de toneladas de grãos pelos portos paranaenses. No estado, a baixa foi de 22,2%, puxada principalmente pelo milho – produto que sofreu quebra significativa em decorrência da estiagem durante o desenvolvimento da lavoura -, mas também foram embarcados menos farelo de soja e soja.
Farelo de soja
Ponta Grossa é a cidade que mais exporta farelo de soja pelos portos do PR. Enquanto que em 2020 a cidade enviou 942.264 toneladas ao exterior (45% do total paranaense), em 2021 o montante caiu 31%, para 647.290 toneladas (39,7% do total do PR).
Logo depois estão Campo Mourão (501.135 ton) e Guarapuava (201.298 ton). Por estados, o Paraná representa 48% do farelo de soja exportado pelos seus portos, enquanto que Goiás é responsável por 19% e Mato Grosso do Sul por 18%.
Soja
O total de soja enviada por Ponta Grossa para outros países através dos portos do estado caiu 38,6% de 2020 para o ano passado, e com este resultado PG saiu do “top 3” de exportadores de do item através do litoral do Paraná
Em 2020 os maiores exportadores eram Paranaguá (885.060 ton), Cascavel (464.652 ton) e Ponta Grossa (404.616 ton). Em 2021 se mantiveram em suas posições Paranaguá (821.607 ton) e Cascavel (402.706), mas Maringá (320.084 ton) tomou o lugar de Ponta Grossa (248.143 ton).
Por estados a participação paraense é meio na soja: 72%, enquanto que Mato Grosso do Sul corresponde por 11% e São Paulo por 5%.
Milho de Ponta Grossa se destaca nos porto do Paraná
Na contramão do total estadual a maior exportadora de grãos através dos portos do Paraná registrou um grande crescimento na envio de milho a outros países a partir do litoral do estado: enquanto que em 2020 Ponta Grossa exportou 208,59 toneladas de milho a partir de Antonina e Paranaguá, em 2021 este número se multiplicou em 13 vezes e chegou a 2.904,91 toneladas.
Para Edmar Gervásio, analista do grão da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab), diversos motivos podem explicar esta evolução. “Ponta Grossa é um entreposto e uma referência em exportação e preço de grãos. Então pode ser que uma quantidade maior de milho tenha sido registrada na cidade, mas que tenha vindo de outro município”, destaca ele, ressaltando também que o milho é menos exportado porque tem uma dinâmica de mercado interno melhor que a da soja, que em sua grande maioria vai para outros países.
“No ano passado tivemos uma oferta muito pequena de milho para o exterior, e exportadores normais acabaram vendendo mais no mercado interno. Uma suposição é que por PG não ter um consumo interno tão grande como o Oeste e o Norte do estado, por exemplo, que têm muitos suínos e frangos (que consomem milho), o grão pode ter ‘sobrado’ mais para exportação. Mas mesmo assim é um volume pequeno porque a região de Ponta Grossa produz muito milho”, lembra Gervásio.
Ranking
A maior parte do milho exportado em 2021 pelos portos do Paraná veio de Céu Azul (35.914 ton), Francisco Beltrão (14.440 ton) e Pitanga (12.663 ton). Por estado, o Paraná corresponde a 56% da carga enviada, o Mato Grosso por 18% e o Mato Grosso do Sul por 12%.
PG movimentou US$ 2,38 bilhões em exportações e importações em 2021
Como já divulgado pelo DC neste mês, em 2021 Ponta Grossa pagou e recebeu US$ 2,38 bilhões através de transações internacionais, US$ 776,15 milhões a mais do que em 2020. Em termos percentuais, a variação do comércio exterior de PG é de 48%. Isso resultou em um sado de US$ 552,6 milhões na balança comercial, 20,9% maior que o do ano anterior – a maior alta dentre as maiores cidades do estado. Aliás, a outra única desta lista que obteve alta neste quesito foi Cascavel (+5%), já que em nas outras houve queda, de -9,3% em Maringá, -25,75% em Londrina e -58% em Curitiba.
O destaque da cidade é a soja: o valor obtido com ela como óleo ou seus resíduos e in natura, ainda que triturada, corresponde a 77,2% de todas as vendas do comércio exterior de PG.