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Polícia prende suspeitos de hackear contas bancárias

Uma sofisticada e estruturada quadrilha suspeita de invadir contas bancárias e desviar recursos foi presa nesta quinta-feira (24) em uma operação batizada de “Token”, deflagrada pelo Núcleo de Combate aos Ciber Crimes (Nuciber) da Polícia Civil do Paraná. Sete pessoas já foram presas e outras cinco estão foragidas – a polícia sabe que duas delas estão na Europa. A Polícia Civil do Paraná já fez contato com autoridades federais para tomar as devidas providências.

Com os detidos, a polícia apreendeu mais de R$ 100 mil em dinheiro, cheques, uma máquina que imprimir cartões, máquinas caça-níqueis, celulares, computadores, relógios e carros de luxo, como um Posche Cayene, um Audi Q5 e um Audi A4.

A ação policial aconteceu em quatro estados: Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro. Foram expedidos 25 mandados judiciais, 12 deles de prisão e 13 de busca e apreensão. Um dos mandados foi cumprido em uma cobertura de 480 metros quadrados na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, avaliado em cerca de R$ 8 milhões.

Além da cidade do Rio de Janeiro, foram cumpridos mandados na cidade de Itaboraí, interior do Rio, em Curitiba, São José dos Pinhais, Pinhais e ainda em Ponta Grossa, Balneário Camboriú, São Paulo e Andradina (interior de SP).

Durante mais de dois anos policiais do Nuciber investigaram a quadrilha. Eles descobriram que, de forma fraudulenta, os criminosos obtinham dados bancários dos clientes e de posse destas informações faziam contato com as vítimas, solicitando que entrassem em sites falsos para fazer uma atualização do sistema. Uma das formas de enganar os clientes era através dos tokens, disponibilizados pelas instituições bancárias para fazer movimentações financeiras. Por isso o nome da operação.

No momento em que colocavam os dados, os criminosos copiavam as informações bancárias e começavam imediatamente a fazer transações bancárias. A organização criminosa já desviou comprovadamente mais de R$ 1,2 milhão. A suspeita é que mais de 30 vítimas tenham caído no golpe e o prejuízo pode chegar a dezenas de milhões.

O delegado do Nuciber que coordenou a operação, Demétrius Gonzaga de Oliveira, explica que estes recursos foram usados das mais diferentes formas, desde o pagamento de contas e multas, até para comprar carros de luxo. A quadrilha agia há pelo menos quatro anos e o delegado acredita que mais vítimas devem aparecer. “Esta foi a primeira fase da operação. Com os depoimentos e a análise do material apreendido, outras linhas investigativas permitirão a deflagração de novas ações da polícia, destinadas a alcançar criminosos que agem indiretamente para a quadrilha”, explicou o delegado.

“Existem ainda indícios de que esta quadrilha possua ramificação de hackers de países do Leste Europeu que teriam a função de criar softwares para aprimorar a ação dos criminosos e tentar ludibriar as autoridades brasileiras”, disse Demétrius. Com a prisão das sete pessoas, os policiais agora vão tentar descobrir como a quadrilha obtinha os dados bancários dos clientes.

Também participam da ação policial do Nuciber o Cope (Centro de Operações Policiais Especiais), o Nurce (Núcleo de Repressão aos Crimes Econômicos) e o Nucria (Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes). A operação contou ainda com o apoio de policiais civis da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), da Delegacia de Repressão a Crimes Informáticos), do Rio de Janeiro, e ainda das polícias civis de São Paulo e de Santa Catarina.

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