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Pobreza cresce 25% em Ponta Grossa durante a pandemia

Em meio à alta do custo de vida – apenas a cesta básica encareceu 39,6%, por exemplo – a quantidade de famílias em situação de pobreza disparou em PG durante a pandemia

Desde o início da pandemia, mas, principalmente, neste ano, diversos custos de vida dispararam e bateram seus recordes. Com a inflação acelerada e a renda não acompanhando a alta, as dificuldades financeiras crescem – e resultam em dados como o que a pobreza cresceu 25% desde o início da pandemia em Ponta Grossa, o equivalente a 2.341 famílias entrando nesta linha.

Com isso, a cidade totaliza 11.697 famílias na linha de pobreza ou extrema pobreza, o equivalente a 1 a cada 30 ponta-grossenses.

As informações foram obtidas a partir de um levantamento feito pela reportagem do jornal Diário dos Campos e portal dcmais com base em dados do Governo Federal e, neste caso, comparam março/2020 (início da pandemia em PG) e outubro/2021.

Estes números podem ser ainda maiores porque consideram apenas os beneficiários do Bolsa Família, programa substituído pelo Auxílio Brasil (entenda abaixo) que era direcionado às famílias em situação de extrema pobreza (aquelas que têm renda mensal de até R$ 89 por pessoa) e àquelas em situação de pobreza (com renda mensal entre R$ 89,01 e R$ 178 por pessoa), mas, nesse caso, só recebem o auxílio as famílias que possuem em sua composição gestantes e crianças ou adolescentes entre 0 e 17 anos – ou seja, as que não possuem não entram nesta conta. 

No recorte apenas de 2021, a alta da pobreza em Ponta Grossa é de 9%, o equivalente a 960 famílias incluídas nesta categoria durante o ano.

Diminuição no poder de compra

Ao mesmo tempo em que a pobreza cresce em Ponta Grossa, o poder de compra diminui. Comparando o preço da cesta básica de fevereiro de 2020 (R$ 527,03) com o de outubro de 2021 (R$ 735,97), o aumento é de R$ 208,94 durante a pandemia, 39,6% em pontos percentuais. 

Enquanto que naquele mês anterior à pandemia a compra dos 33 itens considerados básicos representava 50,4% do salário mínimo vigente (R$ 1.045), agora a cesta consome quase 67% da renda mínima brasileira (R$1.100).

Os dados são do levantamento mensal do Núcleo de Economia Regional e Políticas Públicas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Nerepp-UEPG). O estudo é um índice próprio para famílias com renda entre 1 e 5 salários mínimos, com 3 pessoas em média e residentes em Ponta Grossa e é exclusivo para representar as compras realizadas no sistema delivery dos supermercados.

O valor calculado em outubro, inclusive, representa o recorde histórico do “combo” dos produtos básicos na cidade. No ano, a alta é de R$ 68,79, ou 10,3% – variação maior que a inflação oficial do país no período, que foi de 8,24% (IPCA-IBGE).

Inflação é maior para famílias de menor renda 

O Indicador de Inflação por Faixa de Renda apontou aceleração da taxa em todas as categorias em outubro, mas revelou que a inflação foi mais acentuada para as famílias de renda muito baixa (1,35%), comparativamente à apurada no grupo de renda mais elevada (1,20%) – e isso pela sétima vez consecutiva. 

O estudo foi divulgado ontem (12) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e mostra também que na inflação acumulada dos últimos 12 meses os três segmentos de menor renda são os que registram as maiores altas inflacionárias, com taxas superiores a 11%. 

Já a inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), bateu mais um recorde em outubro, batendo 1,25% – o maior índice para o mês desde 2002. No mês anterior o índice havia ficado em 1,16%, o que foi o recorde para setembro em toda a história do Real.

89,9% das famílias paranaenses possuem dívidas

Os paranaenses chegaram ao fim de outubro um pouco mais endividados. De acordo com a pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), 89,9% das famílias paranaenses possuíam algum tipo de dívida em outubro. No país, o índice é de 74,6%.

No estado, 6,9% das famílias não têm condições de pagar suas dívidas e 46,1% estão com as contas atrasadas há mais de 90 dias. A maior parte (78,7%) tem de 11% a 50% dos seus rendimentos comprometidos com dívidas. Outros 14,9% consignam mais da metade do que ganham em dívidas.

Bolsa Família agora é Auxílio Brasil

A partir deste mês o programa Bolsa Família passa a ser substituído pelo chamado Auxílio Brasil. Todas as famílias já atendidas pelo antigo programa serão migradas para o novo automaticamente, sem a obrigatoriedade de recadastramento.

Agora, as famílias com renda per capita de até R$ 100 passam a ser consideradas em situação de extrema pobreza e aquelas com renda per capita de até R$ 200 passam a ser consideradas em condição de pobreza. 

Para saber mais sobre as diferenças entre os dois programas de transferência de renda, acesse ESTE LINK.

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