Nos últimas semanas, pelo menos dois dos graves acidentes registrados em rodovias federais da região dos Campos Gerais tiveram relação com o estado de conservação dos pneus dos veículos envolvidos, segundo levantamento realizado nos locais pela Polícia Rodoviária Federal.
Um deles aconteceu no último dia 21, na altura do Km 473 da BR-376, em Ponta Grossa. Um automóvel cruzou o canteiro central e colidiu com um caminhão que vinha no sentido contrário. Três pessoas ficaram feridas. A verificação no trecho mostrou que não havia marcas de frenagem na pista. Uma inspeção preliminar mostrou que o carro estava com os pneus gastos. Como chovia no momento da colisão, a suspeita é que isso tenha favorecido a aquaplanagem na curva, fazendo o condutor perder o controle da direção.
Nesta semana, outro acidente registrado na BR-277, em Fernandes Pinheiro, acabou um óbito no local. Conforme verificação da PRF, o pneu de um caminhão carregada com toras estourou, o que teria ocasionado a colisão frontal com um automóvel. Conforme divulgado pelo órgão, o pneu em questão havia sido recapado, o que ampliou seu tempo de uso, possivelmente comprometendo sua segurança.
Diante disso, a PRF orienta a população a manter cuidado em relação à manutenção preventiva do veículo. O inspetor Kléber M. Cavali explica que o órgão tem trabalhado de forma estratégica em fiscalizações programadas, com especial ênfase em freios, pneus e iluminação dos veículos em geral. “Em relação aos caminhões, a operação Serra Segura envolve mecânicos das concessionárias e ações como palestras aos caminhoneiros, como forma de evitar as consequências na não observância desses cuidados”, diz. A operação ocorre duas vezes por mês na maioria das sete delegacias espalhadas pelo Paraná.
Limitador
Anderson Macedo Rosa é gerente em uma das lojas de pneus de Ponta Grossa. Ele explica que ainda é grande a desinformação a respeito dos cuidados básicos de segurança em relação a esse item. “Muitas pessoas ainda acham que pode rodar até sumir o desenho dos pneus. Não sabem que existe um limitador”, diz. Ele se refere a uma marcação existente em todos os modelos de pneus, que servem para que o proprietário identifique o momento ideal para a substituição. Abaixo de 1,6 milímetros de profundidade nos sulcos do pneu, significa que o desgaste já justifica a troca. Confira as principais dicas para o uso de pneus que ofereçam segurança.
Como saber a hora de substituir
– A quilometragem não é determinante. Cada condutor dirige de uma forma e os veículos e terrenos mudam. Avalie o pneu.
– A cada 10 mil quilômetros rodados é recomendável a manutenção preventiva, com rodízio, alinhamento e balanceamento.
– Mantenha a calibragem correta dos pneus, recalibrando a cada 15 dias e respeito o que sugere o manual de fábrica.
– A troca dos pneus pode ser feita aos pares.
– Os pneus devem ser comprados, preferencialmente, em estabelecimentos especializados. Os profissionais apontam pneus ideais para cada veículo.
– Evite o uso do chamado “fresado”, pneus carecas que recebem novos sulcos para prolongar o uso. Isso não é garantia de segurança na direção.
– Não espere que o pneu fique careca. Quanto menor o sulco, pior será a frenagem. Na dúvida, consulte um especialista no assunto.