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Plástico ou papel: qual sacola é menos prejudicial ao meio ambiente?

A discussão sobre qual material de embalagens é menos prejudicial ao meio ambiente é extensa, mas vai além da mera análise física e química dos produtos que compõem as sacolas, como explica a geógrafa e educadora ambiental da Secretaria de Meio Ambiente de Ponta Grossa (PR), Andreia Aparecida de Oliveira.

“O papel é melhor ambientalmente, porque se decompõe mais rápido. Leva em torno de três a seis meses para uma sacola de papel se decompor estando exposta ao tempo. Uma sacola de plástico comum levaria de 30 a 40 anos”, ela exemplifica. No entanto, ela destaca que a questão envolve mais a reutilização do que o material.

“Existem sacolas de plástico produzidas para serem duráveis, que permitem que as pessoas vão ao mercado ou à feira, tragam suas compras até a casa, e guardem a sacola para usar outro dia”, lembra. Nesse sentido, uma sacola de papel poderia ser ambientalmente mais prejudicial se lançada no meio ambiente, do que uma de material plástico que não fosse considerada lixo imediatamente após seu uso. Para Andreia, a questão é evitar as sacolas descartáveis e investir nas retornáveis. As de nylon, tecido, ráfia e lona acabam sendo ambientalmente mais interessantes, até mesmo que as de papel.

 

Sacos de lixo

Mesmo assim, o plástico não seria eliminado do meio ambiente. Muitas pessoas fazem uso das tradicionais sacolas plásticas de compras que, após o primeiro uso, tornam-se sacos de lixo. Elas acabam indo para aterros e lixões, e mesmo sob controle e em ambientes restritos, geram algum tipo de poluição. A vantagem dos sacos de lixo, comercializados especialmente para essa finalidades (nas cores verde, preto e azul), é que muitos deles são feitos com plástico já utilizado, e que passou pelo processo de reciclagem.

 

UEPG desenvolve pesquisa na áreas

O professor Benjamin de Melo Carvalho, do curso de engenharia de materiais da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), explica que existe uma tendência mundial na busca por materiais menos agressivos ao meio ambiente. “O plástico é uma terminologia muito vasta. Sua decomposição no ambiente pode demorar até mais que 40 anos, mas surgiram os oxibiodegradáveis e agora estão surgindo aqueles que são, realmente, biodegradáveis”, diz, citando pelo menos três compostos alternativos que já tiveram sua eficácia comprovada.

Segundo ele, atualmente há pelo menos 15 acadêmicos da UEPG, só no curso de engenharia de materiais, com pesquisas voltadas para a produção de materiais plásticos ou similares ao plástico com foco na preservação ambiental e interesse mercadológico. “Apesar disso, a solução para o problema não é fácil, e envolve o contato desses produtos com barreiras de água, solo, oxigênio, ou mesmo em uma prateleira”, diz.

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