Nesta semana viralizaram nas redes sociais algumas imagens, acompanhadas de áudio, de supostas piranhas capturadas na Represa do Alagados, em Ponta Grossa, no interior do Paraná. A notícia se espalhou rapidamente pelo Whatsapp e Instagram, e causou receio na população.
Uma parte das pessoas se preocupou com o fato de o peixe carnívoro poder prejudicar o equilíbrio ecológico na área do Rio Pitangui, já que não é nativo da região. Outra parte dos internautas lembrou que o Alagados é, em alguns pontos, usado para o lazer. E aí os banhistas não teriam tranquilidade para entrar na água.
O áudio
“Informação triste para os amantes da pesca no Alagados. Ontem foram capturadas duas piranhas no Alagados. Alguém teve o trabalho de trazer piranha de algum rio e soltar no Alagado. As duas são de porte pequeno/médio. Mas, uma vez solta piranha nesse recanto, é um bicho predador, então vai reduzir drasticamente os peixes do Alagados”, menciona o autor do áudio, que não se identifica na gravação que circulou através dos compartilhamentos.
As hipóteses
O comentário fez surgir o parecer de outras pessoas, que disseram não se tratar de piranha. E aí surgiram diferentes interpretações da espécie. Houve quem dissesse que se tratava de patinga, também teve quem reconhecesse nas fotos o tambaqui, ou ainda o tambacu.
Os especialistas
Para elucidar a questão, a Reportagem do Diário dos Campos e portal dcmais recorreu ao Departamento de Biologia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). De lá, os pesquisadores consultaram a bióloga Renata Ota, do Instituto Nupélia (Núcleo de Pesquisas em Limnologia) da Universidade Estadual de Maringá (UEM).
Segundo Renata, o animal é realmente um pacu. Somente pelas fotos, ela não conseguiu identificar exatamente o subtipo, mas descartou a possibilidade de ser uma piranha.
Para o também pesquisador Ricardo Johansen, que é engenheiro agrônomo, conselheiro do Comitê de Água do Rio Tibagi, e representa a Associação dos Aquicultores dos Campos Gerais, a informação é um alívio. “Se for pacu, sem problema, pois é espécie nativa dos rios da Bacia do Paraná”, disse.