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PG tem mais fogo em imóveis que outras grandes cidades

incêndios em imóvel
Bombeiros atenderam 742 incêndios em imóveis, de janeiro a 8 de dezembro deste ano, em PG. (Sd Forte/2º GB):

Ponta Grossa é a cidade onde, proporcionalmente, mais são registradas ocorrências de incêndios em imóveis entre os quatro maiores municípios do interior do Paraná. É o que mostram os atendimentos realizados pelo Corpo de Bombeiros, de 1 de janeiro a 8 de dezembro de 2021, quando os números de ocorrências são cruzados com a quantidade de imóveis de Londrina, Maringá, Cascavel e Ponta Grossa.

Segundo dados da Secretaria Municipal da Fazenda, Ponta Grossa tem cerca de 163 mil imóveis. Neste ano, os Bombeiros atenderam 742 incêndios em residências, estabelecimentos comerciais e industriais. É como se a cada 219 imóveis, um tivesse pegado fogo, ou 0,45%. A idade do município, que beira os 200 anos, é mais que o dobro de Londrina e quase o triplo de Cascavel e Maringá. Talvez a idade média maior dos imóveis seja uma das razões.

Em Londrina, dividindo o número de imóveis (260 mil) pelas ocorrências (765), o resultado é um incêndio a cada 339 imóveis. Lá tem 97 mil imóveis a mais e 23 ocorrências a menos. Em Cascavel e Maringá, a quantidade de imóveis que pegou fogo é, proporcionalmente, a mesma e representa 0,38% do total de imóveis em cada uma delas. As duas cidades têm praticamente a mesma idade.

Razões

A tenente Ana Paula Bagge Latuf, da Comunicação Social do Corpo de Bombeiros, disse que são várias as razões que podem levar a um incêndio, mas os principais estão relacionados ao esquecimento de panelas no fogo, curto circuito em rede elétrica, sobrecarga de equipamentos, explosão de botijões de gás, utilização de velas e cigarros.

Em 2020, Ponta Grossa registrou 709 ocorrências em imóveis, número inferior ao registrado em 2021. “O que nos preocupa, além desse aumento, é o número principal: são 700 edificações que foram atingidas e precisaram de atendimento do Corpo de Bombeiros. Provavelmente, alguns dos itens mencionados anteriormente, foram possíveis causadores dos incêndios. Isso faz com que seja importante aumentar a atenção quanto às causas, para diminuir essa estatística e os atendimentos”, disse.

Ana Paula explica que o incêndio por si só costuma ser muito rápido, principalmente se estiver ligado a um conjunto de itens de uma casa, por exemplo. “Muitos materiais queimam rapidamente, como tecidos, plásticos e madeira, o que faz com que se propague com uma velocidade enorme. Muitas vezes, as vítimas se intoxicam com a fumaça”, alertou.

Para as grande empresas e residências multifamiliares, a tenente explica que é importante que a edificação esteja de acordo com as normativas do Corpo de Bombeiros, onde são previstos itens de segurança para a prevenção e combate em casos onde há o início do incêndio. “A orientação é sempre manter-se em segurança e acionar o Corpo de Bombeiros pelo 193. Em casos de princípios de incêndio, a pessoa pode utilizar o extintor adequado e, mesmo assim, acionar o CB”, finalizou.

Foto: Sd Forte/2º GB

Fatores

A doutora em Engenharia Elétrica pela Universidade de São Paulo (USP), Cristhiane Gonçalves, professora do curso de Engenharia Elétrica e Tecnologia em Automação Industrial da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Ponta Grossa é mais antiga que os outros municípios comparados na reportagem. Esse seria um dos principais fatores que justifica um número maior de ocorrências.

“As residências são mais antigas, com fiações muito finas e não suportam as cargas de hoje. O quadro de antigamente não foi dimensionado para suportar uma secadora ou um chuveiro elétrico que tem potência alta, por exemplo. Em termos de eletricidade, principalmente em casas, ocorrem muitos curtos circuitos com instalações mal feitas, o que resulta em uma sobrecarga de tensão”, explica a doutora.

Segundo a professora, residências de madeira são ainda mais fáceis de ter uma combustão. “Esse fator potencializa ainda mais por conta dos impermeabilizantes e outros produtos, como o verniz, que é altamente inflamável e com riscos de explosão”, alertou.

Menos de 30% dos imóveis têm seguro

É baixo o número de imóveis segurados contra incêndios em Ponta Grossa, menos de 30%. É o que aponta o corretor de seguros, Júlio César Pitela, da Pitela Corretora de Seguros. Segundo ele, os ponta-grossenses não têm o costume por achar que é um valor alto. “Muito pelo contrário, o seguro de um imóvel pode variar de R$ 100 a R$ 1 mil ao ano. Muito mais barato que o seguro de um veículo. Mas as pessoas ainda desconhecem”, explica.

Pitela disse que a taxa do seguro contra incêndios de Ponta Grossa, embora ocorram mais ocorrências de incêndio, é mais baixa se comparada a Londrina, Maringá e Cascavel. “A nossa região tem a menor taxação, justamente porque o município não tem muito a característica de fazer seguro residencial e, além disso, as seguradoras não alteraram os valores nos últimos anos”, lembrou.

Ponta Grossa também tem o maior índice de incêndios em veículos entre as cinco maiores cidades do Paraná, conforme mostra o infográfico de reportagem publicada no

Dicas de proteção contra incêndios

– Fios descascados ou quebrados devem ser substituídos.

– Ficar atento a temperatura dos fios dos aparelhos e chamar um eletricista se for preciso.

– Não realizar a ligação de tomadas por conta própria. 

– Nunca ligar o fio sem o conector diretamente na tomada.

– Não desligar aparelhos puxando pelo fio, somente pelo plug.

– Não colocar mais de um aparelho na mesma tomada.

– Tomar cuidado com tomadas longe de pias e torneiras.

– Nunca colocar moeda no lugar para substituir um fusível.

– Quando viajar é preciso tirar todos os aparelhos eletrônicos da tomada.

– Desligar os disjuntores quando for trocar lâmpadas.

– Evitar deixar cortina e tapetes próximos de fios.

– Choque na porta da geladeira é indício que a eletricidade está sobrecarregada.

– É recomendado pelas normas da ABNT trocar a fiação elétrica a cada cinco anos.

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