Ponta Grossa conta com 97% dos alunos da rede estadual de ensino inseridos na modalidade de ensino à distância desde que as aulas presencias nas escolas foram suspensas por conta da pandemia do novo coronavírus. O município conta com 49 escolas estaduais, com cerca de 37 mil matrículas realizadas para o ano letivo de 2020. Destes, apenas 3% dos estudantes não estão realizando o acompanhamento das aulas nas modalidades disponibilizadas pela Secretaria Estadual de Educação (Seed).
Nos outros 10 municípios da região atendidos pelo Núcleo de Educação, 95% dos alunos estão inseridos na modalidade, enquanto que os outros 5% estão sendo chamados pelas escolas a serem inseridos nesta modalidade de ensino.
De acordo com a chefe do Núcleo Regional de Educação de Ponta Grossa, Luciana Aquiles Sleutjes, todo o processo de reestruturação para a modalidade à distância aconteceu de forma muito rápida após a suspensão das aulas na modalidade presencial.
“Tivemos aulas presenciais até o dia 19 de março e, no dia 20, o decreto estadual suspendeu as aulas. Então, por 15 dias, a Seed mobilizou uma operação gigantesca para que a suspensão das aulas não durassem por muito tempo. Isso poderia comprometer o ano letivo de 2020 e 2021. As reposições se tornariam impossíveis”, relatou.
Diante da realidade, Luciana explica que o Conselho Estadual de Educação aprovou a educação estadual na modalidade de ensino à distância. “Com isso, foi colocado à disposição de mais de 1 milhão de alunos de todo o Paraná, os cinco pilares a serem utilizados pelos alunos para que, dessa forma, todos tivessem oportunidades de continuar estudando”.
Pilares
Um dos pilares foram os três canais para a TV aberta, na emissora RIC Record, que transmitem aulas todos os dias, em horários determinados, para os alunos do 6° e 8° ano, 7° e 9° ano e ensino médio.
“Os alunos sabem as cinco aulas que eles têm, de segunda a sexta, no período da manhã e à tarde. Todas as aulas são ministradas pelos nossos professores da rede que explicam o conteúdo nas aulas e os alunos têm 20 minutos de cada aula para realizar os exercícios. As atividades, uma vez realizadas, são entregues nas escolas a cada 15 dias. Dessa forma, as escolas conseguem listar a presença e realizar a avaliação de cada um”, disse a chefe do Núcleo.
Outro pilar disponibilizado para os alunos é o aplicativo Aula Paraná, criado a partir de uma parceria com quatro operadoras de celular. “Uma vez baixado, o aplicativo não consome os dados móveis. Todas as aulas gravadas da TV migram para o aplicativo e ali eles conseguem realizar todas as atividades”, comenta Luciana.
Já o último pilar o Google Sala de Aula, através da Plataforma da Classroom, onde foram construídas 365 mil salas de aula virtuais. “Tudo que está no aplicativo está dentro dessa plataforma também”.
Mas, caso o aluno não consiga acessar nenhum desses pilares, a família consegue pegar todo esse material na própria escola. A entrega, segundo Luciana, está sincronizada com a retirada do kit merenda e do leite. “Temos orientado muito as escolas para que os alunos não sejam desmotivados. Todas as atividades realizadas são convertidas em nota. O objetivo da Seed foi justamente não deixar esses alunos sem aulas. Se isso ocorresse, no retorno presencial, teríamos uma evasão escolar muito grande”.
Participação dos alunos
A chefe do Núcleo reforça ainda que as escolas estão em contato com os pais dos alunos que não estejam participando as atividades à distância.
“A sala de aula foi para a sala de casa, precisamos do incentivo da família e o nosso trabalho é conscientizar. Mesmo que tenhamos 1% de não participação, faremos o possível para reverter isso. Contamos ainda com o apoio do Ministério Público, onde prestamos esclarecimentos mostrando todo o nosso trabalho para que os alunos continuem estudando. A nossa campanha é para alertar que não queremos nenhum aluno fora da escola”, finalizou Luciana.