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PG se prepara para ataques de quadrilhas do ‘novo cangaço’

Foto: Sd. Mauro Berg/PMPR

A Polícia Militar do Paraná (PMPR) está em constante preparação para coibir ações do chamado “novo cangaço”. Esse é o apelido dado às quadrilhas criminosas que tomam cidades para assaltos de grandes proporções. Isso porque o domínio de cidades por assaltantes remete às ações de grupos que invadiam fazendas do sertão nordestino entre final do século XIX e início do século XX.

Simulado da PM em Ponta Grossa

A corporação retomou, neste ano, as instruções e exercícios simulados iniciados em 2022 nos comandos regionais de todo o Paraná para combater as ações criminosas. Nesta quinta-feira (29), um exercício simulado será realizado em Ponta Grossa envolvendo as equipes do 1º Comando de Polícia Militar (1º BPM) e também outras forças de segurança que atuam na cidade.

No exercício de Ponta Grossa, que inicia às 22h desta quinta e deve se estender pela madrugada, policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) vão atuar como figurantes, simulando o ataque. “Dependendo do local onde será simulado o crime, temos que acionar as outras unidades e forças de segurança, atuando de forma integrada com a Polícia Civil, Guarda Municipal, Corpo de Bombeiros e outros batalhões”, explica a capitão Natália Marangoni de Oliveira, chefe de recursos humanos do 1º BPM.

Ela ressalta que serão utilizados explosivos e munições de festim, que não oferecem risco às pessoas, mas orienta a população para que evite circular pela cidade durante a madrugada para garantir e eficácia do treinamento. “Vamos colocar em prática protocolos operacionais para o restabelecimento da ordem pública, um exercício que é importante para nos preparar para defender a população”, completa.

Ponta Grossa se prepara para ataques de quadrilhas do ‘novo cangaço’ Foto: Sd. Mauro Berg/PMPR

Formação

Antes do simulado, policiais de todas as unidades do 4º Comando Regional de Polícia Militar (4º CRPM), ao qual o 1º BPM é vinculado, passaram por uma formação organizada pelo Comando de Missões Especiais (CME). O objetivo é capacitar as unidades para o planejamento do plano de defesa territorial, que visa coibir esses ataques, e restabelecer a ordem pública.

“O curso prepara as unidades para atuarem desde momentos iniciais se uma cidade for atacada, com treinamentos para elaborar o planejamento e as ações policiais, o plano de retirada, com a ativação de bloqueios e barreiras policiais na área territorial para tentar quebrar ao máximo a logística dos criminosos”, explica o oficial de planejamento do CME, capitão Rafael Ekermann.

Operação Força Visível em Curitiba

Segundo Ekermann, o modo de ação dessas quadrilhas busca justamente atrapalhar a atuação da polícia, enquanto os simulados preparam a corporação para evitar esse efeito-surpresa. “Os criminosos visam diminuir a resposta policial, fazendo bloqueios e ataques ao batalhão ou unidade policial para diminuir a possibilidade de resposta imediata e ter sucesso nos assaltos”, diz.

“Nosso intuito é deixar a Polícia Militar do Paraná preparada para que, dentro da organização dos Planos de Defesa das unidades, elas possam realizar ações coordenadas e técnicas, evitando improvisações”, ressalta o capitão Ekermann. “As instruções são multiplicadas entre todos os integrantes da Polícia Militar. Os exercícios simulados possuem, ainda, cunho informacional, para que os criminosos saibam que no Estado do Paraná as unidades possuem treinamento para uma resposta a esses crimes e desmotivar as quadrilhas”.

Outras cidades

Além de Ponta Grossa, as cidades de Wenceslau Braz, no Norte Pioneiro, e Cascavel, no Oeste, também contaram com exercícios simulados neste ano. Elas pertencem, respectivamente, ao 2º CRPM e ao 5º CRPM. Na semana que vem, o curso inicia em Maringá, no Noroeste, na área de abrangência do 3º CRPM. As formações serão realizadas ainda em Curitiba e São José dos Pinhais até o final do ano, atingindo todos os comandos regionais paranaenses.

O curso

A formação é realizada durante uma semana e, 10 dias depois, uma unidade policial é escolhida para a realização do simulado. Neste período, a unidade precisa elaborar o plano de defesa envolvendo os policiais que atuam ali, contatando outras forças de segurança e também avisando a comunidade sobre o que vai acontecer. O local do simulado não é avisado à corporação, para que os policiais possam atuar como se fosse uma situação real.

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