* Por Felipe Liedmann
A campanha de imunização de profissionais da saúde contra a covid-19 começou oficialmente na tarde desta quarta-feira (20) em Ponta Grossa. O primeiro dia contou com a vacinação de mais de 200 trabalhadores da linha de frente. A primeira dose da coronavac será administrada até a semana que vem, quando o município pretende atingir a marca de 2,8 mil aplicações. Todo o processo operacional é de responsabilidade das casas hospitalares e dos servidores.
Isso significa que os responsáveis pelos locais vão até a Central de Imunização de Ponta Grossa, onde a vacina está armazenada em câmeras térmicas dentro de temperatura entre 2°C e 8°C, fazem a retirada das doses e aplicam por conta própria dentro dos hospitais e das unidades de saúde. Assim não há necessidade de que médicos e enfermeiros, por exemplo, saiam do local de trabalho para serem imunizados.
À Fundação Municipal de Saúde (FMS) cabe a refrigeração, armazenamento, registro no sistema, separação e repasse das doses. Além disso, o órgão faz o controle e inserção de doses efetivadas no sistema. Dessa maneira há como saber quem já foi imunizado, quando recebeu a dose e de qual marca é o produto. Nesta fase apenas a Coronavac está disponível em todo o país.
Até mesmo a UPA do Santa Paula e as Unidades Básicas de Saúde (UBS) seguem o procedimento. Os servidores irão aplicar as doses entre si e repassam as informações à FMS.
Por que um dia depois?
O ato que vacinou a enfermeira Terezinha Pelinski da Silveira – primeira imunizada da cidade – foi simbólico. Oficialmente, a vacinação dos profissionais começou quase 24 horas depois. Isso porque, antes de liberar as doses para as casas hospitalares, a FMS precisou conferir a quantidade disponível no lote e lançar os dados no sistema interno.
Nessa circunstância, a maior parte das retiradas e aplicações começaram na tarde desta quarta-feira (20). Três profissionais do Hospital Geral Unimed retiraram 387 doses da Central de Imunização por volta das 13h30. O HGU fez um ato simbólico com os primeiros vacinados nesta quarta. Efetivamente a maior parte da equipe receberá a Coronavac entre quinta-feira (21) e domingo (24).
Já a campanha interna do Hospital Universitário Regional, referência no tratamento da infecção causada pelo coronavírus, começou às 14h. Duzentos profissionais da ala covid receberam o imunizante. Ao todo, o HU-UEPG adquiriu 1.669 doses.
A estratégia
De acordo com o protocolo da Secretaria de Saúde, a aplicação ocorre primeiramente nos profissionais que estão mais suscetíveis à contaminação. “São os profissionais que estão em maior tempo expostos, por exemplo, aqueles que trabalham na UTI, 12h de plantão, trabalhando com a vida dos contaminados pelo coronavírus. Posteriormente, assim que tivermos os profissionais de saúde já vacinados, vacinaremos os de menor grau de exposição, mas que ainda assim atendem à população com sintomas respiratórios”, explica o secretário de Saúde, Rodrigo Manjabosco.
O Hospital Universitário segue com rigor esse cronograma. O público-alvo dos dois primeiros dias são profissionais que atuam nos setores da covid-19. Já nos dias 22, 23, 27 e 28 de janeiro, servidores de outras áreas do HU-UEPG serão imunizados. Segunda e terça da semana que vem, dias 25 e 26, a agenda segue com aplicação de doses do imunizante para trabalhadores do Hospital Materno-Infantil.
2ª dose
A segunda dose da Coronavac precisa ser aplicada nos mesmos profissionais daqui 21 dias. Ou seja, a partir de 10 de fevereiro. Essas doses não estão em posse do Município e nem mesmo do Estado do Paraná. Elas estão com o Governo Federal. O Ministério da Saúde está responsável pela logística de distribuição assim como ocorreu nesta primeira fase.
Até quando?
De acordo com as autoridades da saúde municipal, a expectativa de término da vacinação dos grupos prioritários, na primeira fase, é até maio. Posteriormente, o restante da população será imunizado, levando, no mínimo, oito meses para a conclusão. Assim, a expectativa mínima é que a doença siga com a forma mais grave até setembro deste ano em Ponta Grossa.
“É importante as pessoas entenderem que vai depender muito do compromisso de todos, como sociedade, de respeitar as determinações dos decretos e as orientações sobre o contágio para que a gente possa viver momentos mais tranquilos daqui para frente”, destaca Manjabosco.