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PG fica de fora em lista dos novos campi do IFPR; entidades apontam consequências

Atualmente, em Ponta Grossa, o IFPR conta com um curso que é uma extensão da unidade de Curitiba (foto: José Aldinan)

A cidade de Ponta Grossa ficou de fora do anúncio do Governo federal de novos campi do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná (IFPR).

No fim de fevereiro deste ano, entidades ligadas às indústrias de Ponta Grossa se reuniram para reforçar o pedido de construção de um campus IF na cidade, uma pauta iniciada há anos na cidade. A reivindicação é para atender a demanda de formação de alunos em cursos técnicos.

A lista divulgada nesta terça-feira (12) contempla cinco cidades do Paraná: Maringá; Araucária; Cianorte; Cambé; e Toledo. Três delas estão na região Norte do Estado. Chama a atenção a opção de instalação em Cambé, que fica a cerca de 10 Km de Londrina, que já possui um campus. Em relação a Ponta Grossa, o campus IFPR mais próximo fica em Irati, a cerca de 84 quilômetros, segundo informa o portal do IFPR. Outro destaque é que Maringá e Toledo já eram, assim, como Ponta Grossa, Centro de Referência IFPR.

Por esses motivos, lideranças e representantes de entidades questionam os critérios para a seleção dos municípios e elencam as consequência de PG não estar entre as cidades da lista.

Consequências

De acordo com o diretor de qualificação profissional da ACIPG, Nelson Canabarro, a falta de um campi do IFPR trará consequências na economia e formação de profissionais. “Nós precisamos formar mão de obra qualificada, principalmente para trabalhar na indústria. A cidade de Ponta Grossa tem um setor industrial com alta demanda e que não está sendo atendido, por conta de não ter esses cursos formadores”, explica.

Canabarro ressalta que os cursos técnicos oferecidos em colégios estaduais não são direcionados para a demanda industrial, ao passo que os cursos do IFPR são focados na qualificação profissional da área de indústria.

“Nós precisamos dessa formação com qualidade e focada. Continuaremos nossa mobilização para trazer o campi para Ponta Grossa. Precisamos de uma mobilização política forte para que isso aconteça”, diz.

Demanda

A presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Ponta Grossa (CDEPG), Priscilla Jaronski, aponta que tem recebido reclamações de empresas que se instalaram na cidade e não conseguem encontrar mão de obra qualificada.

“Os cursos específicos para a área industrial demandam uma formação focada, que deveria ser através do IFPR. As empresas não têm encontrado isso na nossa cidade e estão trazendo profissionais de fora, principalmente dos estados de Santa Catarina e Minas Gerais, que possuem institutos formadores”, revela.

Priscilla ainda explica que essa falta de mão de obra pode inibir novos investimentos de empresas em Ponta Grossa. “Quando as empresas procuram a cidade para instalar novas sedes, uma das grandes preocupações é a mão de obra qualificada. E com a falta de novos cursos e vagas para a formação não teremos como atender essas marcas”, enfatiza.

Planejamento de PG

O Masterplan Acipg Sicredi 2043 – documento que apresenta o planejamento estratégico da cidade pelas próximas duas décadas – aponta, no quesito educação, que Ponta Grossa necessita aumentar a oferta de vagas no setor técnico profissional. A medida é necessária para assegurar a qualidade de ensino, além de promover a oportunidade de primeiro emprego para os jovens.

Mobilização política

A Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (ACIPG), o Núcleo das Indústrias de Ponta Grossa (NDI), o Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e o Conselho de Desenvolvimento Econômico de Ponta Grossa (CDEPG) se uniram para pedir o apoio dos deputados federais, estaduais, além de vereadores e a Prefeitura de Ponta Grossa, para que os representantes políticos possam realizar as articulações necessárias para a instalação de um campus que possa atender os ponta-grossenses.

Sem estrutura

Atualmente, em Ponta Grossa, o IFPR conta com um curso que é uma extensão da unidade de Curitiba, por isso não tem recursos, orçamento e concurso próprio para atender a demanda. Com isso, a unidade não consegue ampliar os cursos e nem atender a demanda dos alunos que buscam os cursos técnicos.

A cidade de Ponta Grossa não possui uma escola técnica federal desde que o CEFET – Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná se transformou em Universidade, e deixou de ofertar cursos técnicos de nível médio (sejam integrados ou subsequentes), há mais de 10 anos.

Estrutura atual

O Centro de Referência de Ponta Grossa utiliza, atualmente, a estrutura cedida pela UEPG no Campus Uvaranas. Esse espaço conta com quatro salas de aula e um laboratório de informática, que é compartilhado com os eventos da UEPG no espaço chamado Centro Integrar. O IFPR tem quatro turmas do curso Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio, com um total de 130 estudantes.

Atualmente, o Paraná com 20 campi do IFPR, 06 campi avançados 04 centros de referência. No Paraná, o investimento estimado para construção das novas unidades é de R$ 125 milhões.

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