Lixo orgânico será transformado, futuramente, em energia elétrica pela Usina Termoelétrica Municipal a Biogás que está em fase de construção em Ponta Grossa
A partir do dia 17 de agosto, a prefeitura de Ponta Grossa, através da Secretaria de Meio Ambiente, vai iniciar uma nova etapa da coleta seletiva através do recolhimento de resíduos sólidos orgânicos em restaurantes e padarias da cidade que são considerados grandes geradores destes resíduos. Até então, em toda a cidade, eram recolhidos somente materiais inorgânicos como papelão, plástico, vidro e metais.
De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Paulo Barros, o lixo orgânico será transformado, futuramente, em energia elétrica pela Usina Termoelétrica Municipal a Biogás que está em fase de construção em área localizada no Distrito Industrial.
“Nesse primeiro momento, escolhemos fazer a coleta nestes grandes geradores de resíduos e a previsão será coletar cerca de 15 toneladas de lixo orgânico ao dia. Após a coleta, faremos a compostagem que também servirá de base para aprimorar a coleta seletiva na cidade e para quando formos operar a usina, através da decomposição de materiais orgânicos, tenhamos um material mais limpo possível e não contaminado com os outros tipos de resíduos inorgânicos”, explica.
Segundo Barros, uma reunião será realizada nos próximos dias para definir quais empresas deverão aderir à esta fase da coleta de materiais orgânicos. “Não terá custo algum para estas empresas e a coleta é um treinamento do recolhimento do lixo orgânico para que lá na frente possamos compensar o uso da energia gerada pela usina, após concluída, em locais públicos da cidade. Por isso, é importante realizar a separação do lixo porque ele será de ótima qualidade futuramente”, destacou o secretário.
Usina
O projeto de instalação da Usina Termoelétrica a Biogás foi anunciado em janeiro deste ano e faz parte do programa Ponta Grossa Sustentável. A partir de um estudo de viabilidade técnica e econômica desenvolvido pelo Centro Internacional de Energias Renováveis-Biogás (CIBiogás), a pedido da prefeitura, Sebrae e Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), foi possível observar que com o uso de capacidade máxima, o processamento e queima de resíduos orgânicos poderia compensar em até 30% o consumo de energia em estruturas públicas.
Inicialmente, a usina trabalharia com a capacidade de processamento de 12 toneladas de resíduos orgânicos por dia, podendo ampliar até 30 toneladas. Com uma progressão de 20% de carga a cada seis meses, chegando a 30 toneladas/dia, a prefeitura pode alcançar uma economia de aproximadamente R$ 270 mil por mês.
A instalação da usina está sob a responsabilidade da empresa Ponta Grossa Ambiental (PGA), responsável pela coleta do lixo em Ponta Grossa. A reportagem tentou contato com a assessoria da empresa para verificar o andamento das obras da usina bem como os investimentos que estão sendo realizados mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.
Energia
Após a conclusão, todo o material orgânico coletado dos grandes geradores de energia será encaminhado até a usina termoelétrica. “Lá, os resíduos passarão por um processo de decomposição da matéria, gerando gás e, em seguida, energia elétrica. Essa eletricidade é inserida na rede e pode ser descontada do uso dos próprios públicos. Num segundo momento, também podemos trabalhar com veículos elétricos, como parte da frota da coleta seletiva”, disse Paulo Barros.
Com o funcionamento da usina de biogás, a geração de energia resultante do processamento e queima de resíduos orgânicos poderia compensar completamente o uso de energia elétrica em estruturas como o Hospital da Criança João Vargas de Oliveira, Hospital Municipal Amadeu Puppi e a estrutura do Paço Municipal, por exemplo.
“Estamos fazendo isso porque é uma obrigação legal ter a coleta seletiva de orgânicos. Com mais esta etapa, estaremos atendendo integralmente a Política Nacional de Resíduos Sólidos. É importante lembrar que iremos completar um ano do encerramento das atividades do aterro do Botuquara. Então fecharemos o ciclo de planejamento para gestão adequada de resíduos sólidos em nossa cidade”, finalizou Barros.