em

PG 198 anos: ‘Somos a cidade do futuro e das oportunidades’

Foto: Arquivo DC

O ano de 2021, em que Ponta Grossa comemora 198 anos, também ficará marcado para a história da cidade como o ano em que a primeira mulher, a professora Elizabeth Schmidt (PSD), tomou posse como prefeita do Município, depois de vencer o segundo turno das eleições municipais em 2020. Em entrevista ao dcmais e Jornal Diário dos Campos, a prefeita Elizabeth destaca os principais avanços da cidade nos seus 198 anos, sem perder o foco no futuro, para Ponta Grossa chegar ao seu bicentenário, em 2023, com melhorias em todos os setores.

A prefeita ressalta que atualmente a cidade tem as melhores taxas de crescimento do Paraná em praticamente todos os setores; expõe detalhes do planejamento da administração pública para o novo contrato do transporte coletivo – que vem se apresentando um grande desafio para o município e cujo contrato vence em 2023, justamente no ano do bicentenário. Ela fala ainda sobre os impactos da pandemia na educação e como a reforma do Aeroporto Sant’Ana pode contribuir para o desenvolvimento da cidade.

DC: Quais os principais avanços que a cidade comemora em seus 198 anos?

Elizabeth Schmidt – “Entre muitos outros, se reconhecer. A cidade se reconhece e compreende sua vocação. A cidade cresce e se torna inclusiva, inteligente, moderna e criativa. A cidade aumenta e se torna plural. A cidade respira e se redefine. Já fomos a cidade das tropas, a cidade da soja, a cidade da ferrovia, a cidade dos carroções, a cidade de passagem. Hoje somos a cidade do futuro, da igualdade, da oportunidade, do desenvolvimento. Temos as melhores taxas de crescimento do Estado do Paraná em praticamente todos os setores. Estamos resolvendo pendências históricas e eliminando desafios de décadas. Tudo isso sem perder de vista as oportunidades de crescimento econômico e social. Multiplicamos serviços, empregos, moradias, ligações, espaços, parques, negócios e iniciativas. Temos muito a comemorar. Talvez ainda mais a fazer, mas sem dúvida, muito a comemorar”.

DC – O atual modelo de concessão do transporte coletivo encerra em 2023. O que a prefeitura planeja para o novo modelo? O que o Município quer para o novo contrato e o que não quer?

E.S. – “Na realidade o que termina em 2023 é o atual contrato. Mas efetivamente vamos implantar um modelo que seja eficiente, confiável e sustentável. É esse o tamanho e o formato que deve ter. Temos um grupo de trabalho cuidando da modelagem dessa licitação e toda a disposição do mundo para termos um sistema de transporte que contemple a cidade que temos e a cidade que teremos”.

DC – Diante do aumento do uso do transporte por aplicativos, por exemplo, o que deve ser feito para que o serviço oferecido por meio de um novo contrato seja economicamente viável e como o poder público pode interferir neste sentido?

E. S. – “Estamos cuidando justamente da modelagem do novo sistema. Para que não só o sistema se mantenha, como seja sustentável. O formato do novo contrato, sua extensão e suas especificações ainda estão em estudo. Seria prematuro e irresponsável dizer agora que o poder público vai interferir desta ou daquela maneira. O que nós faremos é um contrato de concessão, para que nossa população tenha o serviço que precisa, a um preço que seja razoável. Porém, como já disse, que seja eficiente e confiável. Precisamos ter um serviço que seja bom de ponta a ponta: que esteja funcionando no itinerário e no momento que o usuário precisa, a um preço que ele possa pagar. Mas queremos ir além: é nosso compromisso que esse serviço seja também incrementado, inclusive com o uso de outras fontes de energia, além do diesel”.

DC – Ponta Grossa vem apresentando melhores resultados em uma série de índices econômicos, que mostram o desenvolvimento do Município. Do seu ponto de vista, o que tem contribuído para a cidade se desenvolver de uma maneira mais acelerada, especialmente no âmbito industrial nos últimos anos?

E. S. – “Quanto mais Ponta Grossa é vista, compreendida e visitada, mais é procurada. Temos excelentes indicadores em diversos pontos, além das vantagens locacionais óbvias, e que são faladas há muito tempo. Porém, temos avançado em estrutura de serviços públicos, gás, energia, água, suporte logístico e principalmente mão de obra qualificada. Um dos pontos principais de nosso plano de ação é a consolidação do Distrito Industrial Norte, que vai acomodar, por exemplo, a Maltaria Campos Gerais, um investimento bilionário. Mas, temos diversas outras marcas e empreendimentos que serão essenciais para o fortalecimento de nosso parque industrial. O reflexo disso é o crescimento da nossa economia, que vai se espelhar no desenvolvimento social de Ponta Grossa: a melhor política social sempre foi a geração de emprego. E essa lição, estamos fazendo direitinho”.

DC. – Além do setor industrial, quais outras áreas estão em expansão e quais as que devem receber atenção especial da administração para seu desenvolvimento?

E. S. – “A cidade é um ente orgânico, não algo fracionado. Todos os setores são importantes para seu desenvolvimento. Do trabalhador informal ao aposentado, da criança ao idoso, do enfermo ao religioso, do investidor ao assalariado: a cidade é um composto de muitos. E cada um merece atenção, cuidado e respeito”.

D.C . – Neste sentido, o Município conta com uma boa relação com o governo do Estado. Qual a importância disso para a cidade?

E. S. – “O governador Ratinho Junior e sua equipe têm sido extremamente valiosos para Ponta Grossa. Nossa parceria vem de antes da nossa eleição, e vai perdurar. Trabalhamos em conjunto, tendo excepcionais aliados no Centro Cívico, especialmente o secretário de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, e o superintendente de Inovação, Marcelo Rangel. A importância dessa boa relação é máxima. E pretendemos que continue assim, quanto mais, melhor. Aliás, teremos muito mais ações em parceria, nos próximos meses.

D. C. – Um dos debates mais importantes referentes à educação no contexto da pandemia é em relação à recuperação do conteúdo que não foi ministrado ou não foi assimilado nas aulas remotas. Como educadora, como fazer para recuperar isso?

E. S. – “Primeiro, é preciso entender que educação é um processo, não uma marca. Estamos construindo os saberes dos cidadãos de amanhã, e não apenas informando crianças. Certamente houve déficit em alguns conteúdos, que serão repostos à medida em que as novas dinâmicas pedagógicas estiverem a pleno vapor. Mas houve, nesse mesmo tempo, um aprendizado intenso – e imenso – em vários outros setores, diferentes do plano de aula previsto. Nossas crianças, assim como todos nós, receberam novos e inesperados saberes, com a convivência diferente imposta pelas restrições da pandemia. Porém, tenho convicção, como educadora, de que nosso modelo de escola inclusiva é suficiente para suprir eventuais déficits e operar de maneira inteligente os ganhos em novos conhecimentos, oriundos desse tempo de exceção que vivemos”.

D.C. – E, como prefeita? O que fazer?

E. S. – “Sustentar nosso modelo de escola inclusiva, integral, que alarga horizontes e dá condições ao educando de viver sua cidadania. É isso que eu me propus a fazer, e é isso que estamos fazendo”.

D.C. – Os voos que Ponta Grossa tinha foram cancelados na pandemia. Por outro lado, o aeroporto passará por uma importante obra. Isso ajudará para a retomada dos voos? Neste sentido, como a senhora projeta o funcionamento do aeroporto daqui dois anos, nos 200 anos da cidade?

E.S. – “A retomada dos voos é uma consequência direta da melhoria do aeroporto e da retomada do crescimento econômico do país. Se em Ponta Grossa nós experimentamos uma condição sui generis de manutenção dos patamares de crescimento pré-pandemia, em muitos outros lugares isso não foi possível. O mercado da aviação civil foi bastante afetado e ainda levará algum tempo até que se recoloque nos patamares de 2019. Mas, acreditamos que esses índices serão alcançados e superados rapidamente. Se em 2023 ou 24, ainda é cedo para dizer, porque a aviação regional é um sistema complexo, que depende muito pouco da vontade do governante local. Porém, eu quero que ainda neste mandato tenhamos operações de passageiros e de carga num volume expressivo, e um aeroporto alfandegado, o futuro Aeroporto Internacional de Ponta Grossa, como destino de voos executivos, charters e cargueiros”.

D.C. – De que forma um funcionamento mais amplo do aeroporto vai impactar para o desenvolvimento da cidade e da região?

E.S. – “Sozinho, o aeroporto é só um equipamento. Inserido na cadeia produtiva do Paraná, o Estado que mais se desenvolve no Brasil, e situado numa das cidades que mais cresce no Paraná, terá um grande papel como ferramenta desse progresso e facilitador de negócios”.

D.C. – Como a senhora imagina a cidade daqui dois anos, nos 200 anos de Ponta Grossa?

E.S. – “Não podemos fazer meros exercícios de futurologia. Isso seria imprudente. Nós trabalhamos com vários cenários para 2023, e temos projetos, planificações e método para buscar os melhores entre eles. Estamos desde já construindo uma cidade maior, melhor e mais humana. Queremos que nosso bicentenário nos encontre numa situação certamente mais avançada nesse caminho. Trabalhamos para isso, todos os dias”.

D.C. – Quais os principais desafios que o Município ainda precisa superar para chegar aos seus 200 anos em patamares ainda melhores?

E.S. – “Para ser exata: precisamos de mais 730 dias de trabalho, disposição, seriedade e transparência. Esse resultado, de patamares ainda melhores, só será alcançado se soubermos aproveitar esses 730 dias que nos separam do bicentenário. Nós, da administração, e cada um dos ponta-grossenses”.

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.