Pela primeira vez em 2021 Ponta Grossa registrou mais demissões do que contratações: em março, mês marcado por medidas mais restritivas como até mesmo lockdown, a cidade perdeu 110 vagas de emprego, sendo a concentração na construção civil, onde o saldo foi de -444 postos de trabalho. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), sistema do Ministério da Economia que registra todas as movimentações de trabalhadores com carteira assinada.
Tanto o pior resultado quanto o único saldo negativo foram na construção civil: os outro quatro setores econômicos mais contrataram do que demitiram durante o mês passado. No comércio foram +157 vagas, na indústria +99 vagas, na prestação de serviços +72 e na agropecuária +6.
Segundo o coordenador da Agência do Trabalhador, Adriano Gonsalves, a queda da construção civil é atribuída, em maior parte, à construção de redes de abastecimento de água e às obras para geração de energia elétrica – as obras do “linhão” de energia da Engie foram paradas devido à uma liminar da Justiça, mas retomadas após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Contra a tendência
O resultado negativo do mês de março vai contra a tendência que vinha sendo positiva. Inclusive, desconsiderando a agropecuária todos os outros setores apresentaram resultados menores que os do mês anterior, fevereiro – mesmo nos casos de saldos positivos.
O comportamento também contrariou os desempenhos paranaense e brasileiro: enquanto que em PG no mês março foram -110 vagas, no estado foram geradas 11.507 novos postos de trabalho e em todo o Brasil +184.140.
Pandemia
Desde o início da pandemia (março de 2020) Ponta Grossa acumula saldo positivo de 6.190 contratações a mais do que demissões, segundo o Caged. Comparando o mês a mês, apenas três tiveram resultado negativo: abril/2020 (-1.553), dezembro/2020 (-291) e agora março/2021 (-110).
A cidade fechou o ano passado, inclusive, no top 10 nacional de municípios que mais geraram empregos durante o ano; no Sul, foi o segundo melhor resultado, atrás apenas de Joinville (SC).