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Pedidos de seguro-desemprego voltam a crescer em Ponta Grossa

Após o fim da flexibilização de acordos trabalhistas e retorno de restrições mais duras solicitações do benefício concedido aos demitidos sem justa causa aumentaram

Ponta Grossa registrou, em abril, a maior quantidade de solicitações de seguro-desemprego desde o mês de junho de 2020. Foram 1.236 pedidos no último mês, número que vem crescendo nos últimos dois meses – período em que a cidade contou com mais restrições de circulação como combate à covid-19 e também que o país ficou sem a lei de flexibilização de acordos trabalhistas, instaurada no ano passado e retomada apenas no último dia 28. O levantamento foi feito pelo jornal Diário dos Campos e portal dcmais com base em dados do Ministério da Economia.

Avaliando o mês a mês desde o ano passado, percebe-se que abril de 2021 só teve um desempenho menor – ou seja, menos solicitações do benefício concedido aos trabalhadores demitidos sem justa causa – nos quatro meses de 2020 em que a economia mais sofreu com a pandemia, ou seja, março (1.280), abril (1.301), maio (1.539) e junho (1.358). 

Desde então os números vinham sendo inferiores a mil solicitações mensais, chegando ao número mais baixo em dezembro (7.45). Naquele mês teve fim a lei que permitia acordos trabalhistas de redução de salários e jornadas e suspensão de contratos – e, então, os totais foram sempre maiores.

Em janeiro foram 872 pedidos, total que baixou para 799 em fevereiro, mas saltou para 1.099 em março e agora 1.236 em abril. Nesses últimos dois meses a quantidade ainda foi menor que nos mesmos períodos de 2020, mas superiores aos mesmos meses de 2019, quando ainda não havia nem sinal da pandemia: naquela época, foram feitos 870 pedidos em março e 985 em abril.

Quadrimestre

Somando o total do quadrimestre tem-se 4.006 pedidos de seguro-desemprego em 2021. São 551 trabalhadores a menos do que no ano passado, marcado pelo início da pandemia, mas 18 a mais que em 2019.

Comparativo entre cidades

Comparando os desempenhos das 5 maiores cidades do estado, Ponta Grossa ainda tem o melhor resultado proporcional no quadrimestre, mas mais posições quando é feita a análise do último mês.

Segundo os dados do Ministério da Economia, nos quatro primeiros meses do ano 4,09% do total de trabalhadores ponta-grossenses solicitaram o seguro-desemprego. Em segundo lugar aparece Curitiba (4,39%), em terceiro Londrina (4,91%), em quarto Cascavel (5,24%) e na pior posição Maringá (5,5%).

Porém, comparando a evolução fevereiro-março-abril em Ponta Grossa, Curitiba e Maringá os números foram crescentes enquanto que em Londrina e Cascavel cresceram de fevereiro para março e baixaram em abril – ainda que sendo maiores que os patamares anteriores.

Já considerando apenas abril, proporcionalmente Curitiba teve o melhor resultado: 1,18% dos trabalhadores solicitaram o seguro concedido aos demitidos sem justa causa. Em Londrina foram 1,26%, em Ponta Grossa 1,3%, em Cascavel 1,34% e em Maringá 1,57%.

Demissões x seguro-desemprego

Tem direito a solicitar seguro-desemprego o trabalhador que tiver sido dispensado sem justa causa, não possua outro emprego e tenha sido assalariado por um determinado tempo antes da demissão (depende de quantas vezes o trabalhador já tenha pedido o benefício), entre outras regras.

O total de pedidos não é igual ao total de demitidos, já que um trabalhador pode ter saído de uma vaga e logo em seguida ter sido contratada para outra – e, nesse caso, não tem direito ao benefício, concedido apenas à quem está desempregado. Mas, justamente por isso, pode ser um indicador isolado da empregabilidade, já que geralmente só pedem o seguro aqueles que se enquadram nos pré-requisitos e que não têm perspectiva de conseguir um emprego tão cedo.

Estatísticas sobre desemprego

Questionada pela reportagem do DC sobre qual a base de dados que aponta o total de desempregados por município brasileiro, a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia afirmou que “não existe registro administrativo sobre isso”. “O mais próximo que você pode encontrar a respeito é em pesquisas amostrais, como a Pnad realizada pelo IBGE no governo federal”, afirmou a assessoria de comunicação social do órgão.

Sobre a base de dados utilizada pela reportagem do Diário dos Campos, o governo federal afirmou que ela mostra o quantitativo de solicitações para o programa. “Não é possível fazer inferência sobre estatísticas de pessoas desempregadas por ele, apesar de que há historicamente uma relação entre o número de pedidos e o de desempregados”, categorizou.  

Leia também: Pela 1ª vez no ano, Ponta Grossa demite mais do que contrata

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