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Parceria busca reduzir casos de violência doméstica em PG

A “Semana Nacional da Justiça Pela Paz em Casa” motivou a realização de um evento, na tarde dessa quarta-feira (22), que reuniu representantes de entidades envolvidas em projetos direcionados ao tema, no Fórum de Ponta Grossa. Ao longo dos últimos anos, iniciativas trabalhadas em conjunto com órgãos públicos procuram reduzir o problema da violência doméstica, que ainda é preocupante. O resultado foi apresentado em uma exposição de redações e ilustrações.

De acordo com a juíza do Juizado de Violência Contra a Mulher, Alessandra Pimentel Munhoz do Amaral, atualmente são 5 mil processos em trâmite referente a casos de violência no meio familiar, somente no município de Ponta Grossa. Em um esforço por minimizar esse problema, que também é social, e não apenas criminal, o Juizado, em parceria com o Núcleo Regional de Educação (NRE), a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Defensoria Pública e a ONG Ministério Melhor Viver, realizaram dois projetos voltados à educação social.

“Trabalhamos esses projetos como forma de possibilitar a reflexão sobre os direitos humanos e violência contra a mulher. Nosso objetivo não é só punir o agressor e penalizá-lo. Isso é só uma parte do todo. É preciso agir na prevenção junto à sociedade”, explica Alessandra.

"Educação em Direitos Humanos – Por Uma Cultura de Paz nas Escolas" é o título de um desses trabalhos que, em parceria com o NRE, Defensoria Pública e UEPG, levou o tema para o debate em sala de aula. “Foram capacitados aproximadamente 50 professores, e foram envolvidas diretamente duas turmas do Instituto de Educação [Prof. César Prieto Martinez] e três do Colégio Elzira [Correia de Sá], no oitavo ano”, relata a chefe do NRE, Maria Izabel Vieira. O projeto foi ainda mais longe, já que o professores levaram a outras turmas o tema para o qual foram capacitados.

 

Expansão dos debates

A parceria entre os três órgãos ganhou ações práticas em agosto deste ano, mas a Defensoria Pública já trabalhava o tema em escolas desde 2016. O professor Nei Alberto Salles Filho, que coordena o Núcleo de Educação pela Paz na UEPG, acredita que houve um salto significativo neste ano. “O grande diferencial é que os assuntos foram trabalhados com os professores capacitados pelo Núcleo, os alunos em sala de aula, e os pais desses alunos em reuniões nas escolas. Isso fez com que o projeto não se restringisse a apenas um segmento, mas atingisse o aspecto profissional, o educacional e o social, indo das escolas para as famílias”, comenta.

 

ONG trabalha com agressores

Dentre dessas atividades realizadas em parceria, a ONG Ministério Melhor Viver trabalha o projeto “SER – Serviço de Reflexão e Responsabilização de Homens Autores de Violência” há cerca de cinco anos, e tem um dado animador. O projeto realiza cursos de conscientização, com apoio de assistente social e psicológico, voltado a homens autores de agressão em suas casas. Trata-se de uma pena substitutiva, em casos que a Justiça entendeu que poderiam ser suficientes para a recuperação dos envolvidos. Dos 173 homens que participaram, até o momento, apenas um foi reincidente no ato de violência.

Envolvidos nos projetos trocaram informações durante evento (CRÉDITO: Daniel Calvo)

 

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