A pandemia do novo coronavírus, que possivelmente chegou à cidade de avião, vindo dos Estados Unidos, não é a primeira a provocar medidas restritivas de circulação de pessoas em Ponta Grossa.
O vírus da gripe espanhola, que se espalhou pelo mundo em 1918 e chegou à cidade de trem, por cargas ou pessoas, levou o Dr. Paulo Braga, delegado de higiene do município, determinar o fechamento de escolas e casas de diversão, como teatro e cinema. Era preciso evitar aglomerações.
As informações são do artigo “Gripe Espanhola em Ponta Grossa”, da professora de História da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Maura Regina Petruski, publicado no dia 28 de agosto de 2019.
Diz o artigo que “as ruas da cidade foram ficando vazias, desertas, e as reuniões e encontros sociais cada vez mais escassos. Além disso, parentes e amigos próximos se afastaram uns dos outros”.
As primeiras notícias na cidade sobre a enfermidade e sua altíssima letalidade, conforme o artigo, foram veiculadas pelo Diário dos Campos.
O jornal “pedia aos munícipes a prevenção contra a doença, deixando-os em estado de alerta sobre o fenômeno que estava matando em todo o país”, escreveu a professora.
Naquele ano, a Santa Casa de Misericórdia providenciou uma ala para atender os pacientes. Ação semelhante à que ocorre atualmente, com a Ala Covid do Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais.
“Até os jornalistas que noticiavam sobre a doença não ficaram imunes ao ataque epidêmico, e o periódico Diário dos Campos chegou a interromper sua publicação por duas semanas em novembro, retornando a circular somente no dia 29, pois alguns de seus funcionários tiveram a vida ceifada pela espanhola (DIÁRIO DOS CAMPOS, 29/11/1918, p.2)”, diz Maura Regina.
Leia aqui o artigo na íntegra.