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Onde está Marlene? Onde está Karla? Dúvidas que sufocam duas famílias de PG

Foto: Arquivo pessoal

Por Walter Téle Menechino – dcmais

O Natal deste ano, devido à condição pandêmica, será diferente para muita gente em toda parte do mundo, e particularmente angustiante para duas famílias de Ponta Grossa. A pergunta sem resposta, que certamente sufoca o peito e não vai calar para os Pereira dos Santos e os Acácio Ferreira é a mesma: Onde está Karla? Onde está Marlene? O que aconteceu com Karla? O que aconteceu com Marlene?

Karla Raphaella Pereira dos Santos, uma transexual de 38 anos que fazia ponto na rua de um cemitério municipal, não foi mais vista desde a madrugada do último dia 3. Na noite anterior, uma quarta-feira, ela e uma amiga que também faz programas sexuais, saíram com dois homens e foram para uma casa no bairro Contorno.

A amiga está viva. Karla não se sabe. A única certeza é que, por mensagem de Whatsapp, às 6h30 de quinta-feira (3), ela pediu ao irmão Victor para, caso não chegasse “em no máximo 1 hora”, a procurasse na Rua José de tal, número X. Victor, que só viu o recado mais tarde, por volta das 9h30, foi ao local indicado com outro irmão, Daniel, mas não tinha ninguém lá, apenas um cão latindo e rosnando, trancado dentro da casa.

Karla não é vista desde o dia 3 de dezembro

Sexo e droga

A transexual que estava com Karla, Fabíola, contou que os quatro passaram a noite usando cocaína e que, quando deixou a casa, Karla e um dos homens estavam fazendo sexo. Ela não precisou que horas deixou a casa. No último dia 21, a família de Karla enviou uma carta ao delegado Fernando Jasinski clamando por respostas. No documento, além de um relato do que a família apurou, constam os nomes, endereços e números dos telefones dos dois homens da história.

Por telefone, na terça-feira passada (22) o pai de Karla, Zenilton Harbert de Jesus dos Santos, voltou a ligar para a reportagem e, chorando, perguntou: “Que Natal nós vamos ter?”. Para ele, a filha está morta e os culpados zombando e ameaçando por mensagens de celular. “Eu só preciso que o corpo seja encontrado para eu enterrar minha filha”.

Marlene, mãe

Já Marlene Acácio Ferreira, de 47 anos e mãe de duas crianças, de 9 e 11 anos, e duas jovens, de 18 e 24 anos, é dona de um ateliê de costura e bordado. Saiu por volta das 17 horas para comprar fios para bordar, coincidentemente também numa quinta-feira (17), e não voltou.

Seu carro foi encontrado próximo à loja onde iria comprar materiais de trabalho e o GPS do seu celular foi desativado três minutos depois de ter sido filmada entrando em um veículo prata. No carro, estava um casal. Ela, ex-diarista da empresária. Ele, o marido da ex-funcionária.

A faxineira foi ouvida pela polícia e fez algumas declarações questionáveis. Contou que ela, o marido e o bebê deram uma carona para Marlene até às proximidades de um supermercado no bairro Palmeirinha. Lá, a empresária encontraria uma pessoa. Mas inicialmente disse que não conhecia o tal homem. Depois citou um nome.

Sem criança

A princípio, também segundo a filha mais velha de Marlene, o vídeo não mostra nenhuma criança no carro. Outra declaração contestada por Brenda, a primogênita, é quanto ao motivo do pedido de carona. “Ela disse que minha mãe pediu carona porque o carro dela estava com problemas nos documentos. Isso não é verdade. Está tudo em dia e se estivesse sem documentos minha mãe não teria saído com ele”, disse.

O marido, que dirigia o carro prata, também foi intimado, mas justificou que estava com suspeita de covid e iria à delegacia quando suas condições de saúde permitissem. Brena, de 24 anos, contou que não houve, pelo que sabe, nenhum tipo de desentendimento entre sua mãe e a diarista, que há alguns meses deixou de trabalhar para Marlene.

A polícia informou que está realizando diligências em relação aos dois casos e que não pode dar detalhes para não atrapalhar as investigações. O que, nem de longe, ameniza a dor das duas famílias. Nesses casos, dúvidas e incertezas angustiam e perduram mais que respostas postas.

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