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“O que o PT realizou em PG precisa ser resgatado”, reforça Professor Edson

Foto: José Aldinan de Oliveira

Professor Edson, do Partido dos Trabalhadores (PT), participou nesta quinta-feira (29) da segunda rodada de entrevistas com os candidatos à Prefeitura de Ponta Grossa. A organização é do portal dcmais e do jornal Diário dos Campos.

O concorrente abordou temas pontuais do plano de governo, comentou o andamento da campanha e falou sobre a presença do ex-presidente Lula nos diversos programas eleitorais do partido.

Como está a campanha?

“A campanha está atingindo o objetivo: pensar e discutir a cidade. A sociedade tem a oportunidade em cada eleição de repensar a cidade”.

O PT é um dos partidos com maior participação no Fundo Partidário, mas em sua campanha o candidato não usou praticamente nada. Qual a razão?

“Propusemos desde o início fazer uma campanha barata. A distribuição dos recursos dos partidos se deu com uma estratégia em todo o estado, indo uma quantia maior para aqueles locais onde o candidato do PT tem chances reais. Nós saímos de uma situação de desconhecimento. Então, optamos por fazer uma campanha de apresentação”.

O PT tinha cinco candidatos a vereador e os cinco foram indeferidos. Por qual motivo?

“Estamos recorrendo nos cinco casos. Três vieram de outros partidos, fizeram o encaminhamento, mas por conta do prazo ter acabado houve o indeferimento. Outros dois acabaram entrando sem o título eleitoral”.

Você acredita que essa situação pode interferir na sua candidatura?

“Talvez um pouco. Prejudica mais a eles, mas é o tipo de situação que temos que enfrentar. Não tem outra alternativa”.

Em boa parte do tempo das propagandas o PT tem aproveitado para dizer que o Lula foi absolvido em uma das ações que ele havia sido condenado. O tempo não deveria ser utilizado para falar dos candidatos a prefeito e vereadores?

“Infelizmente nessa eleição a conjuntura nacional afeta também as opções regionais. A atuação do PT em Ponta Grossa é significativa. Recuperar essa política significa recuperar também a imagem do Presidente Lula, que na minha maneira de ver foi injustiçado. O que o PT realizou em Ponta Grossa precisa ser resgatado e tudo isso está conectado. Quero lembrar que no governo federal do PT o BNDES investiu mais de 6 bilhões em empresas ponta-grossenses”.

O candidato fala em implantar o Centro de Atendimento Integral à Saúde e inclui acupuntura, homeopatia, fitoterapia. Mas alumas dessas técnicas não são reconhecidas pelo SUS. Como fazer?

“Mesmo não reconhecidas acabam sendo bem efetivas. Até pouco tempo em Telêmaco Borba tinha um centro de fitoterapia, de uso de ervas medicinas, que incluía a cultura popular no uso dessas ervas. A OMS define saúde não apenas como ausência de doença, mas um processo de equilíbrio mental, social. No nosso plano de governo, colocamos que a ação da saúde deve estar integrada à assistência social e educação”.

O candidato também fala em ampliar os horários e o acesso aos Centros Regionais de Especialidades para atender ao público trabalhador. Ao mesmo tempo fala em aumentar as equipes de saúde. Essas duas situações implicariam na abertura de concursos?

“Sim. Tenho consciência dos limites do orçamento, tenho consciência de que o município só ficou dentro do limite da lei de responsabilidade fiscal no último quadrimestre porque diminuiu serviço, hora extra, demitiu estagiários. Entretanto, se olharmos a evolução da arrecadação, da economia, percebe-se que elas crescem mais que o PIB nacional. Uma administração competente pode organizar os serviços de maneira mais eficiente”.

Como seria a contratação levando em conta o limite prudencial?

“Primeiro: reduzir cargos de confiança, comissionados. Integrar o funcionalismo público na gestão. O servidor conhece a máquina e vai nos ajudar a evitar erros. As mudanças têm que se dar de maneira planejada e discutida com o funcionalismo público. Com a ajuda do funcionalismo e a retomada da economia isso será possível ao longo dos quatro anos”.

Sobre a expansão do parque ecotecnológico em Ponta Grossa. Ele sequer foi inaugurado. Mesmo assim pretende aumentá-lo?

“Embora ele não tenha sido inaugurado, já foi pensado. Já tem grupos na Universidade trabalhando nisso, inclusive na atração de empresas. Boa parte do caminho já foi percorrida. Já existe enquanto ideia e planejamento. Precisamos consolidar e ampliar”.

O candidato sabe que empresas poderiam estar no parque?

“Empresas de tecnologia já mostraram interesse, mas ainda não tenho como apontar quais. Com os subsídios previstos no projeto do parque é mais atrativo para as empresas se instalarem aqui. Não faltarão empresas de tecnologia interessadas”.

O plano de governo cita implantar o Programa de Pavimentação Social. O candidato ainda traz um número de 120km de estradas e ruas que precisam ser pavimentadas. De onde vem esse número?

“A partir de imagens de satélite. Alguns lugares constam no sistema da Prefeitura como pavimentados, mas é uma pavimentação que já não pode mais ser aproveitada. É um número aproximado, podem haver divergências para a realidade. De qualquer forma a ideia básica permanece: optar por alternativas como asfalto poliédrico, que evita o aquecimento da cidade, aumenta a permeabilidade do solo, aumenta a necessidade da mão de obra e gera emprego”.

O plano de governo fala em rediscutir a questão da lei de zoneamento e loteamento “sem negociatas”. O candidato acredita que ocorreram negociatas em alterações dessas leis em Ponta Grossa?

“Não podemos acusar pessoas, mas todas as alterações que aconteceram foram para facilitar e propiciar empreendimentos imobiliários. Sem estudos de vizinhança. O zoneamento urbano deveria adequar a densidade populacional aos equipamentos existentes naquelas regiões. Não é isso o que acontece. Quando se permite um núcleo habitacional a 40km da cidade, o município deve levar água, esgoto, energia. Propomos olhar a cidade de maneira técnica e pensando no benefício da população, não de grupos empresariais que visam apenas ao lucro sem olhar a dinâmica da cidade”.

Sobre transporte: o que pretende fazer sobre o Tarifa Zero?

“Falamos do ‘Tarifa Zero’ com a criação de um fundo para atender essa despesa, com corresponsabilidade dos governos federal e estadual para manutenção, mas com a obrigação do município, chamando toda a população para contribuir um pouquinho mais para possibilitar que isso aconteça. Entendo a dificuldade, afinal é um pacto social: equalizar as oportunidades, diminuir as desigualdades”.

De que forma seria realizado esse pacto social?

“Uma discussão entre todos. Todos devem entender o objetivo de reduzir a desigualdade. Cada setor teria que contribuir um pouco para que o sistema funcione. Mas o ‘Tarifa Zero’ não é a única proposta. A mobilidade é complexa e envolve outros fatores como melhorar o transporte coletivo e reduzir o uso do transporte individual, que também tem efeito ambiental”.

Sobre a sua proposta de expansão do ensino integral, já sabe de onde viriam os recursos?

“Sou favorável à escola em tempo integral. Primeiro à sua consolidação. Na atual gestão ampliou-se o número de escolas em tempo integral, mas sem ampliar proporcionalmente os recursos materiais e humanos necessários. Vamos ampliar esses recursos e, conforme o orçamento permitir, vamos ampliar a quantidade. O que acho um absurdo é pensar esse sistema dualista em que você tem as escolas integrais e não integrais ao mesmo tempo, por mais que no momento da implantação seja necessário. A Secretaria de Educação deve pensar na implantação completa e de qualidade do ensino integral”.

Convidados questionam

Leonardo Bernardi – representante do Núcleo das Indústrias
Como serão viabilizados os recursos para a pavimentação do Distrito Industrial e outras obras, como pontos de ônibus, que afetam diretamente na qualidade de vida dos trabalhadores?

“Reconhecemos a importância da infraestrutura no Distrito Industrial, mas devem ser realizadas paulatinamente dependendo do orçamento. Talvez também possamos contar com a parceria dos empresários. Apesar disso, temos que elencar prioridades e as primeiras obras serão ligações entre bairros. Mas, certamente, as necessidades do Distrito Industrial serão atendidas por conta da importância desse espaço”.

Alex Sander Sebaje – inspetor do CREA/PR
Sobre o corpo técnico da Prefeitura. Às vezes faltam profissionais para as áreas de engenharia. O que justifica a ausência e qual seu posicionamento?

“Concordo com ele. A evolução do quadro técnico da Prefeitura não acompanhou as necessidades da sociedade. Na manutenção, por exemplo, de pontes, estradas. Deveríamos olhar para isso e prevenir os problemas. Na nossa proposta, o CREA seria parte da Unisol – junto com universidades e outras instituições, como Sebrae e o ‘Sistema S’. Não posso economizar em mão de obra quando as consequências disso podem ser acidentes. Além disso, teremos como prioridade, quando a lei de responsabilidade fiscal permitir, contratar por concurso profissionais dessas áreas”.

Roberto Ferensovicz – presidente do Sindserv
Qual o seu pensamento sobre a terceirização de servidores?

“A terceirização, na maioria das vezes, não é positiva. Muitas vezes é feita com interesse no contrato e não no bem do serviço público. O que não significa que deva deixar de existir. Às vezes é preciso, mas com base no diálogo, principalmente com o funcionalismo público. Não se pode usar como alternativa permanente, mas eventual. Apenas para complementar a força de trabalho”.

Diva Angélica Martins Bueno – voluntária do SOS Bichos
Os Agentes de Saúde não deveriam ser aliados para garantir que os animais, que já têm tutores, não fiquem soltos nas ruas?

“A zoonoses e a vigilância sanitária também são parte do SUS. Por isso envolver os agentes é uma ideia interessante que não tinha nos ocorrido. Mas pensamos em parcerias com o curso de veterinária que já existe em Ponta Grossa, por exemplo”.

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