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O que é disfagia, e por que o HU-UEPG se preocupa com o problema?

Distúrbio pode ter graves consequências sem tratamento adequado

Foto de paciente com disfagia passando por exame médico
Diagnóstico precoce pode salvar vidas / Foto: Jéssica Nataç

A equipe de profissionais de fonoaudiologia do Hospital da Universidade Estadual de Ponta Grossa (HU-UEPG) organizou, nesta quarta-feira (24), uma atividade sobre disfagia. A ação envolveu orientações aos profissionais fonoaudiólogos e nutricionistas, além conversas com setores das UTIs, clínicas e cozinha. A equipe organizou atividades em vista do Dia Mundial da Disfagia, que aconteceu em 20 de março. Mas, afinal, o que é disfagia?

O que é disfagia?

A disfagia é uma alteração no ato de engolir, e que pode trazer riscos à saúde. De acordo com  a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, a doença é mais comum em idosos, mas pode surgir em diferentes fases da vida.

Os desvios de alimentos ou saliva podem obstruir parcial ou completamente as vias respiratórias, o que pode ser um problema sério se o paciente estiver sozinho e não conseguir desengasgar sem ajuda.

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O envelhecimento natural de estruturas envolvidas na deglutição como lábios, língua e bochechas, bem como doenças neurológicas (Parkinson, Alzheimer, Acidente Vascular Cerebral), distrofias musculares e câncer de cabeça e pescoço podem facilitar esses desvios. 

As principais complicações da disfagia impactam diretamente no estado nutricional, devido à redução do consumo de alimentos líquidos e sólidos, pois podem ser facilmente aspirados, ocasionando pneumonias por broncoaspiração.

Próteses e perdas dentárias

A disfagia pode ser agravada por perdas dentárias e pela utilização de próteses mal adaptadas, que podem alterar a estrutura facial, o que comprometerá ainda mais a mastigação. 

De acordo com Melissa Rissete, cirurgiã dentista que atua na Complexo Hospital de Clínicas da Rede Ebserh/MEC (CHC-UFPR), em Curitiba (PR), “consultas odontológicas periódicas e de acordo com a necessidade de cada indivíduo são essenciais para a prevenção de uma aspiração alimentar no trato respiratório, que pode levar a um quadro de pneumonia aspirativa e aumento da mortalidade”.

Sintomas e tratamento

Alguns dos principais indícios são o engasgamento ou tosse durante as refeições, dor ao engolir ou a sensação de que o alimento fica parado na garganta. Se não identificada e tratada, a disfagia pode ser causa de desidratação e desnutrição decorrentes da dificuldade na alimentação.

O tratamento varia de acordo com o caso. De modo geral, podem ser realizados exercícios de força e coordenação para a língua e até mudança da posição da cabeça na hora de comer.

Foto: Jéssica Natal

Ação do HU-UEPG

É para destacar a importância do cuidado e diagnóstico precoce da disfagia que o HU-UEPG promoveu a atividade especial na última quarta-feira, tendo como foco principal os nutricionistas e fonoaudiólogos, profissionais diretamente envolvidos no tratamento de transtornos de deglutição no HU.

Em pacientes infantis, o trabalho também envolve orientações sobre amamentação. De acordo com a coordenadora do serviço de fonoaudiologia do HU, Gabriele De Paula Chemin, a ação mostra para os setores a atuação dos profissionais de fono e a importância de se atentar a sinais de disfagia nos pacientes.

“Nosso trabalho no HU não envolve fazer busca ativa nos leitos e por isso dependemos que os profissionais identifiquem sinais de disfagia. É super importante a equipe se atentar a todos os sinais de risco e não somente a tosse, para que o problema do paciente não passe despercebido”, enfatiza.

Residência no HU

Na residência, os fonoaudiólogos atuam no Programa de Residência Multiprofissional em Reabilitação. “O fonoaudiólogo faz a diferença e complementa a equipe, porque é o único profissional capacitado para trabalhar com deglutição”, destaca a residente Maria Eduarda Mendes Fernandes. A disfagia de pacientes pode apresentar riscos de desnutrição, o que impacta no tempo de internamento. “A forma com que ele vai se recuperar dentro do ambiente hospitalar vai fazer muita diferença, por isso a atuação do fonoaudiólogo é fundamental”.

A atividade valorizou a equipe de profissionais, segundo a residente Lorena Falbot. “Muitos não sabem que o fonoaudiólogo atua em ambiente hospitalar, então poder falar do nosso trabalho nesse Dia da Disfagia ressalta a importância do profissional dentro do Hospital”. (Com assessorias e apoio da Agência Brasil)

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