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Número de presos inscritos no Enem aumenta 65,3% na regional de PG

Foto: AEN

O número de detentos inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio Para Pessoas Privadas de Liberdade (Enem-PPL), regional administrativa de Ponta Grossa, aumentou 65,3% neste ano em comparação ao ano passado. Foram 215 inscritos em 2021 contra 130 em 2020. No Paraná, o aumento foi de 36,41%. Em 2020 foram 1631 inscritos e 2225 em 2021. 

O número de inscritos em Ponta Grossa contempla as três unidades em Ponta Grossa –  Penitenciária Estadual, Unidade de Progressão e Cadeia Pública Hildebrando de Souza – além de sete Cadeias Públicas de Gestão Plena – Cadeia Pública de Castro, Jaguariaíva, Sengés, Arapoti, Wenceslau Braz, Telêmaco Borba e Ortigueira e uma Unidade de Regime Semiaberto da Lapa.

O Departamento Penitenciário do Paraná (Depen) justifica esse aumento após um período de trabalho para assumir a gestão dos detentos e incentivá-los a concluir o ensino médio, uma das exigências para fazer a prova do Enem.

“Mesmo em um período singular, o Depen almeja a continuidade do desenvolvimento incluindo as cadeias públicas neste processo e permitindo aos custodiados novas oportunidades de acesso à educação”, apontou Maurício Ferracini, coordenador regional de Ponta Grossa.

Para Ferracini, o Enem é uma importante ferramenta de recapacitação social ofertada às pessoas privadas de liberdade. “Com o intuito de dar esperança e motivação para melhores perspectivas em seu retorno à sociedade”, complementou.

Provas

As provas do Enem-PPL estão previstas para os dias 9 a 16 de janeiro de 2022. As avaliações são as mesmas do Enem regular, mas aplicadas nas unidades prisionais. O exame, que tem participação voluntária e gratuita dos privados de liberdade, é constituído de redação em Língua Portuguesa e mais quatro provas objetivas, cada uma com 45 questões de múltipla escolha.

Inscritos

A regional que teve o maior número de PPL inscritos no Enem foi a de Curitiba e Região Metropolitana, com 696 presos. Na sequência estão Londrina (443) e Cruzeiro do Oeste (357), Ponta Grossa (215), Foz do Iguaçu (196), Cascavel (163) e Francisco Beltrão e Guarapuava (155).

A unidade com mais inscritos foi a Penitenciária Estadual de Londrina II (PEL II), com 132 presos. Em seguida, se destacam a Penitenciária Feminina do Paraná (PFP), localizada em Piraquara, e a Penitenciária Estadual de Londrina (PEL), ambas com 99 inscritos.

Aluno privado de liberdade cursa Engenharia à distância

Dos 70 presos que atualmente cursam o ensino superior no Paraná, 30 ingressaram por meio da nota do Enem-PPL, via Sistema de Seleção Unificada (Sisu) ou pelo Programa Universidade para Todos (Prouni).

Em Ponta Grossa, apenas um aluno privado de liberdade da Penitenciária Estadual de Ponta Grossa (PEPG), de 34 anos, está cursando o ensino superior. De acordo com a coordenação regional do Depen, o curso de Engenharia Elétrica é realizado na modalidade à distância pela Faculdade Cruzeiro do Sul.

O rapaz foi condenado há 36 anos de prisão pelos crimes de furto, roubo e tráfico de drogas. “Ele cumpriu nove anos de pena e, devido o tempo de pena cumprida, continuidade de bom comportamento, oportunidade de trabalho e estudo, ele poderá ter possibilidade de progressão de regime em 2022, conforme previsão legal”, apontou Maurício Ferracini.

Segundo o Depen, os alunos privados de liberdade que cursam na modalidade à distância, desenvolvem as atividades no telecentro (laboratório de informática) do Estabelecimento de Ensino. Para os cursos presenciais é necessário autorização judicial para sair da unidade.

“Com o aumento do número de inscritos no Enem PPL e também com a instalação de três novos telecentros nesse ano, a previsão é um aumento de 20% dos alunos privados de liberdade cursando ensino superior”, finalizou o Departamento Penitenciário. (L.S.)

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