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Número de adoção de animais cai em Ponta Grossa

Conforme a World Animal Protection (WPA), Ponta Grossa é uma das dez cidades com melhores estratégias de proteção animal da América Latina. Porém, devido a pandemia do novo coronavírus, voluntários da área sentem os impactos com a queda no número de adoções e dos recursos financeiros.

É o que relatam as voluntárias da ONG SOS Bichos de Ponta Grossa. Desde o inicio de março até este mês de junho somente 15 animais, entre cachorros e gatos, conseguiram um novo lar. Atualmente, a ONG abriga cerca de 300 animais entre lares temporários e o abrigo da instituição. Só no abrigo, são 198 cães, que consemem 110 kg de ração por dia.

Adotar um bichinho de estimação e deixar a quarentena menos solitária pode ter sido o plano de muita gente. Afinal, conforme os dados do Google Trends, o interesse de busca na internet pelos termos ‘adoção de animais’, ‘adoção de cachorro’ e ‘adoção de gatos’ passou a subir gradativamente desde abril. Em junho, o interesse já é o dobro do registrado em março e 73% maior que a média mensal dos últimos dez anos.

as incertezas provocadas pela covid-19 e os impactos econômicos dificultaram para que as adoções realmente se concretizassem. “As adoções já estavam bem fracas, durante a pandemia piorou”, desabafa a voluntária Ana Paula Miléo. Entretanto, essa baixa procura também acontece por outros motivos. “O pessoal hoje quer animalzinho pequeno para apartamento e os animais sem raça normalmente são de médio a grande porte. As pessoas ainda dão preferência pelos animais de raça, então temos todos esses problemas”, esclarece Ana.

Para quem não tem preconceitos, Ana sugere adotar cães idosos que nunca tiveram oportunidade de ter um lar. “Infelizmente temos muitos que estão conosco já faz muitos anos. Temos, por exemplo, o Batman e o Dunga, que já são mais velhos e provavelmente ficarão para sempre conosco”, conta.

O Batman é um “piratinha”, ele foi resgatado no Terminal Central com o olho perfurado e apesar de ser de grande porte, possui o temperamento calmo. “Ele fica um pouco mais na dele, mas ele gosta de carinho. Ele é bem tranquilão”, relata a voluntária. O Dunga possui o pelo branco com manchas amarelas e possui um jeito medroso. “Você vai chegando perto dele, ele se encolhe todinho”, diz Ana.

“Embora reduziu as doações, surgiram novas pessoas querendo colaborar”

Além da redução das adoções, a pandemia também afetou os repasses dos recursos financeiros para a ONG. A Nota Paraná ajudava a pagar parte dos gastos do abrigo. Porém, desde março houve mudanças no programa. “As empresas grandes, as que mais geravam créditos, passaram a gerar 10% de retorno sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pago, ao invés de 30%, o que já causou uma grande redução no valor repassado às entidades”, explica a voluntária Mariane de Boer.

Segundo as normas do Nota Paraná, o valor repassado às entidades é referente ao ICMS que as empresas efetivamente recolheram. “Com a pandemia, muitas empresas tiveram uma diminuição nas vendas, portanto, diminuição no valor do imposto. E além disso, o governo prorrogou o recolhimento dos impostos para que as empresas pudessem ter um fôlego, só que se as empresas não pagam esse imposto, as entidades também não recebem nada”, esclarece.

Apesar do momento difícil, as voluntárias tiveram o coração aquecido com pessoas e empresas privadas que se reinventaram para auxiliar na causa da proteção animal. “Embora reduziu as doações, surgiram novas pessoas querendo colaborar”, conta a voluntária Karin Schwarz.

Um bom exemplo disso é de duas hamburguerias de Ponta Grossa que, inspiradas em uma pizzaria dos Estados Unidos, entregam junto com seus produtos fotos dos animais que estão para adoção.

Saiba mais

A ONG SOS Bichos foi fundada em 2011, na cidade de Ponta Grossa. O objetivo principal é a esterilização ou castração de cães e gatos para evitar a superpopulação de animais de rua. A associação não governamental também socorre animais vítimas de acidentes, doenças e maus tratos e depois promove sua adoção.

SITE: www.sosbichos.org.br

FACEBOOK: www.facebook.com/sosbichosderua

INSTAGRAM: www.instagram.com/sosbichospg

YOUTUBE: www.youtube.com/sosbichos

Naiâne Jagnow é estudante do último ano de Jornalismo na Unisecal e a produção desse conteúdo foi supervisionada pelo editor-chefe do Diário dos Campos, Walter Téle Menechino.

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