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Negociação avança para Estação Paraná abrigar Museu do Operário

Conselho de Políticas Culturais acata ideia e projeto deve sair do papel; UEPG pretende buscar recursos ao lado do clube centenário

Foto: Arquivo DC

Uma reunião extraordinária realizada nesta semana entre representantes da Fundação Municipal de Cultura, do Conselho Municipal de Políticas Culturais (CMPC) e da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) debateu o futuro da Estação Paraná – imóvel tombado localizado no Complexo Ambiental Manoel Ribas, no Centro de Ponta Grossa. A intenção é transformar o local no ‘Museu do Operário Ferroviário’. As ideias iniciais do projeto foram apresentadas pelo reitor da UEPG, Miguel Sanches Neto, em videoconferência.

Diferente da ideia de ceder o imóvel para um módulo da Polícia Militar, que foi mencionada pelo prefeito Marcelo Rangel em agosto, a proposta do museu foi bem aceita por integrantes do Conselho. “Ela atende os pré-requisitos básicos dos patrimônios culturais que são manter a identidade cultural e a questão do financiamento da restauração. Ainda não foi decidido o modelo de financiamento, mas a proposta foi apresentada”, explica Patrícia Guedes Ribeiro – titular da cadeira de literatura do CMPC.

A origem dos recursos ainda não está definida.”Sempre há financiamento para bons projetos e esse é um bom projeto”, afirma o reitor Miguel Sanches Neto. A UEPG vai capitanear a captação – inicialmente para o projeto de restauro – junto ao Governo do Estado, a projetos de incentivo ao esporte e à cultura e ao empresariado, com o apoio do Operário e da Prefeitura.

Atualmente, UEPG e Operário estão bastante atrelados. O Fantasma construiu o Centro de Treinamento do clube em um terreno cedido pela Universidade no campus Uvaranas. Em contrapartida, projetos sociais devem ser aplicados no local assim como a participação de acadêmicos em atividades do futebol profissional, mesclando estudo e esporte.

Próximos passos

Diante de uma receptividade positiva do Conselho, agora a UEPG, a Prefeitura Municipal e o Operário Ferroviário farão um termo de convênio para oficializar a proposta, que será encaminhada para o Conselho para ratificação. “Neste momento é extremamente importante unir todas as representações em torno de um projeto que fortalece a identidade de Ponta Grossa”, frisa Miguel Sanches Neto.

O segundo passo será uma avaliação das condições do prédio e a contratação de um projeto de restauro. A partir deste projeto é que se poderá fazer uma previsão de obras de restauro e um cronograma de ocupação do prédio.

“Como aquele é um patrimônio tombado, não podem ser feitas reformas. O processo de restauração mantém as características arquitetônicas daquele espaço. Existia antes um projeto de restauração da Estação Paraná, mas não se tinha um valor e com a pandemia ficou ainda mais inviável”, relembra Patrícia, do Conselho Municipal de Políticas Culturais.

Só futebol?

A intenção inicial do ‘Museu do Operário Ferroviário’ não é ter uma ligação restrita ao futebol, mas sim apresentar um elo do clube centenário com Ponta Grossa. “Em paralelo com a história do Operário vem a história das ferrovias, da evolução do trabalho em Ponta Grossa e também dos direitos trabalhistas. O importante é que todos estejam unidos para preservar o prédio histórico da Estação, preservar a memória da ferrovia e do time que a representa”, reforça Sanches Neto.

Segundo o presidente da Fundação Municipal de Cultura, Fernando Durante, o acervo para o museu deve partir do Operário Ferroviário, mas também contemplará doações de itens históricos que remetam ao clube e à história dos ferroviários em Ponta Grossa.

Estação Paraná

O edifício foi inaugurado em 1894 para ser sede da primeira Estação Ferroviária de Ponta Grossa. Servia de embarque e desembarque de passageiros, bem como para o transporte de cargas. Em 1906, depois da construção do terceiro prédio, a estação passou a abrigar a parte administrativa de rede até a década de 1970, quando começaram a ser retirados os trilhos da área central da cidade.

O edifício foi tombado como Patrimônio Cultural do Paraná em 1990 e, cinco anos depois, foi inaugurada no local a Casa da Memória de Ponta Grossa, que abrigava um acervo histórico-documental de Ponta Grossa e região, como jornais do início do século XX, documentos, biografias, pesquisas sobre casas e prédios de valor histórico e fotos.

Porém, a Casa da Memória foi transferida para um prédio alugado no final do ano passado e, desde então, a Estação Paraná está sem finalidade.

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