A Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (ACIPG) lançou no início da noite de quarta-feira (20) um manifesto público defendendo o congelamento dos vencimentos dos servidores públicos municipais, estaduais e federais e dos políticos.
A proibição de reajustes salariais aos servidores públicos brasileiros consta do projeto de lei do governo federal enviado ao Congresso Nacional. No Legislativo ocorreram alterações e foram incluídas outras categorias como exceções à regra, que o presidente Jair Bolsonaro prometeu vetar.
“Não ao reajuste salarial dos políticos e servidores públicos” é o título do manifesto, que segue na íntegra:
“Quase todo mundo está perdendo, uns mais, outros menos.
Em virtude disso, a Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (ACIPG) clama para as lideranças sindicais do funcionalismo público, que reflitam sobre a coerência de reajustes salariais dos servidores federais, estaduais e municipais neste momento de pandemia.
Pedimos a coerência para entenderem que enquanto muitos estão fora do mercado de trabalho, a referida categoria tem estabilidade, devidamente conquistada é claro, mas hoje, não correm riscos de passar necessidades como tantos, neste país.
O mesmo bom senso é solicitado para a classe política. É chegada a hora, de pelo menos neste momento da pandemia do novo coronavírus, retribuir ao povo o fato de terem sido escolhidos como nossos representantes. Sigam o exemplo dos deputados do estado de São Paulo, que abriram mão de 30% de seus subsídios com o intuito de reduzir os gastos públicos com o Poder Legislativo e assim, amenizar as contas do estado.
A covid-19 deixará à União, estados e municípios em uma situação financeira extremamente delicada, tanto pelos gastos para combate da doença, quanto da queda na arrecadação devido à prorrogação para pagamento de impostos, atrelado a diminuição de giro na economia resultada das medidas restritivas, principalmente ao comércio, mas que interfere diretamente no escoamento da produção da indústria e na demanda dos serviços.
Temos que ser responsáveis, temos que entender que o cenário está ruim para todo mundo. Clamamos pela coerência e de altruísmo daqueles que terão como principal dessabor o isolamento social. Não é justo que enquanto parte da sociedade padece devido aos reflexos de uma pandemia, outra parte assista a tudo e ainda queira reajustar sua remuneração.
Se o Estado quebra, ninguém recebe, ou no mínimo começariam os atrasos em pagamentos como já vimos em estados e municípios com mais frequência em anos anteriores. É importante salientar que qualquer chefe de Executivo terá dificuldade em reajustar salários e cumprir a legislação fiscal, em virtude disso, a medida vinda do governo federal visa a pacificar o assunto.
A questão não é política, mas econômica e remete ao bom senso de todos.
Devido a isso, a ACIPG se manifesta contrária ao reajuste do funcionalismo público, em todas as esferas e poderes, nos anos de 2020 e 2021.
Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (ACIPG)”