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‘Não afeta em nada nosso trabalho’, diz Nagib sobre suposta carta de facção

Foto: Arquivo DC

O delegado chefe da 13ª Subdivisão Policial, Nagib Nassif Palma, afirma que sua equipe investiga a veracidade de suposta carta de facção que, nessa semana, circulou nas redes sociais descrevendo possível atuação em Ponta Grossa. Nagib destaca que a mensagem não altera o trabalho de apuração dos investigadores sobre homicídios recentes ocorridos na região.

Para Nagib, a mensagem que se propagou só reforça as linhas de investigação da Civil de Ponta Grossa. “Não temos confirmação de veracidade [ da suposta carta de facção ]. Claro que estamos verificando, mas não há nada oficial com relação a esse aspecto. De qualquer forma, ela não afeta em nada nosso trabalho, pois as forças policiais estão em planejamento de ataque direto a questões de homicídios e tráfico de drogas, o que certamente envolve organizações criminosas”, expõe.

O delegado não confirma a presença de núcleos do Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV), conforme consta nas mensagens, em Ponta Grossa. “São brigas entre criminosos. Isso sim podemos afirmar. Agora que está concentrado nessas duas facções, não. O que é certo é que 77,15% das vítimas [de homicídios], infelizmente, têm passagens criminais”, argumenta Nagib.

Em contrapartida, o delegado chefe da 13ª SDP admite que alguns grupos locais podem ter ligação com grupos maiores de outras cidades e estados. Contudo, as investigações que podem elucidar cinco das sete mortes violentas de 2022 estão em andamento.

Mercado de drogas

“São brigas pelo mercado local da droga. Claro que, por trás de alguns dos grupos, há sim, em um nível mediato, ligações com facções maiores, mas pode ser PCC, CV, Facção de Santa Catarina, grupos de Curitiba, etc. É assim que conseguem as drogas. Mas isso acontece em todo lugar. Algumas cidades ficam mais tranquilas porque há um grupo que domina, mas aqui nossas ações de combate bagunçaram o mercado. Este é o cerne da questão”, diz Nagib.

Mensagem ‘deixava no ar’ retaliações

A mensagem que supostamente seria de um integrante do PCC e que foi publicada no Facebook não afirmava com todas as letras, mas dava a entender sobre retaliações a mortes violentas ocorridas nos últimos dias em Ponta Grossa.

“A partir da data de hoje, 16 de janeiro [domingo], pedimos encarecidamente para que, a partir das 20 horas, todos se recolham para dentro de suas casas para evitar que mais covardia venha acontecer como o caso do menino, de apenas 15 anos, morto na frente da sua mãe na Vila Cipa […] Nós família PCC não aceitamos essa facção chamada de CV (Comando Vermelho) na cidade”, dizia o texto.

Polícia Civil investiga supostas mensagens de integrante de facção
Comunicado circula por grupos e redes sociais. (Foto: Divulgação)

Desde a data e hora mencionadas na postagem houve um homicídio em Ponta Grossa. Luiz Fernando Marins Carvalho, de 32 anos, foi a mais recente vítima de homicídio, encontrado morto na noite de domingo (16) com golpes de faca e disparos de arma de fogo. O corpo dele estava em uma via do Quero-Quero, no bairro Cará-Cará. Pai de três crianças, Luiz Fernando foi sepultado no início da tarde desta terça-feira (18). Não há informação sobre autoria do crime.

Já a vítima mencionada na mensagem é André Gustavo Pereira Borges, 16 anos, que teve a sua casa invadida na noite de sexta-feira (16) e morreu após ser atingido por tiros no rosto. O crime aconteceu na Vila Cipa, bairro de Oficinas.

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