Motoristas de vans escolares realizam um manifesto em Ponta Grossa, na tarde deste sábado (25). A categoria profissional foi uma das primeiras a parar suas atividades diante da crise ocasionada pela pandemia da covid-19, e provavelmente será a última a retomar funcionamento. Isso porque não há previsão oficial da volta às aulas, interrompidas em março para reduzir a velocidade de contágio pelo novo coronavírus.
Em situações mais próximas da normalidade, eles procurariam renda alternativa junto ao segmento turístico. O problema é que esse também está parado. Com a renda severamente comprometida, a classe pede apoio das autoridades políticas, principalmente no que se refere a acordos para pagamento de financiamentos.
Jaqueline Jula de Oliveira atua há 15 anos no ramo de transporte. Ela destaca que muitos profissionais trabalham com veículos financiados, com parcelas que variam entre R$ 3 mil e R$ 3,5 mil. Por isso está sendo reivindicada atenção. “A maioria dos transportadores tem van financiada, e não consegue acordo com o banco. E alguns acordos são absurdos. Propõem juros em cima de juros. Queremos a ajuda dos governantes para fazer algo pela categoria, lançando essas parcelas para mais tarde e sem juros e acréscimos”, diz.
Como medida emergencial, muitos transportadores reduziram a cobrança da mensalidade junto a seus clientes. Mas em meio a tudo isso, e com a incerteza de volta das aulas, muitos pais já cancelaram contrato. “Abril já foi difícil de a gente se manter”, acrescenta Jaqueline.
O grupo deve fazer o manifesto no Centro de Eventos, às 14h30, em um minuto de silêncio. Está prevista a presença de mais de 60 veículos, sem realização de carreata. O grupo fará a doação de alimentos, na ocasião, para entrega em projeto social.