Mortes violentas sobem 56% em PG

Relatório da Secretaria de Estado da Segurança Pública do Paraná mostra que em Ponta Grossa houve um aumento de 56,5% nos casos de homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte no primeiro semestre de 2021 em relação ao mesmo período do ano passado.

De janeiro a junho de 2020 foram registrados 22 homicídios dolosos e uma lesão corporal seguida de morte. Não houve latrocínios, mas ocorreram dois feminicídio. Neste ano, o número saltou para 35 homicídios. Também houve uma ocorrência de lesão corporal com morte. Nos seis primeiros meses de 2021, não teve registro de feminicídio e latrocínio.

O delegado Fernando Jasinski, do setor de Homicídios da 13ª Subdivisão Policial (SDP), disse que o aumento dos crimes em 2021 está diretamente ligado à pandemia. “No primeiro semestre de 2020, nos meses de abril, maio e junho, por exemplo, tivemos diversas restrições na cidade e, com isso, houve impacto direto na criminalidade, com uma redução grande em 2020”.

Causas

Segundo o delegado, “o tráfico de drogas é a causa número um dos homicídios”, correspondendo a 43% das motivações. As demais causas, como desentendimentos banais, ciúmes, vingança, entre outras situações, somam juntas 57% dos motivos que levaram aos crimes neste ano. “Mesmo que o tráfico seja a causa principal, percebemos um decréscimo da importância desse tipo de crime nos homicídios graças à repressão das forças de segurança, com recordes de prisões”, destaca Jasinski.

O delegado lembrou que Polícia Judiciária elucidou 77% dos homicídios ocorridos em Ponta Grossa. “Nossas equipes trabalham diuturnamente para elucidar os homicídios pendentes. Os nossos investigadores e escrivães se dedicam e vestem a camisa”, elogiou Fernando Jasinski.

Ainda de acordo com o delegado, 75% das vítimas de homicídios tinham passagens pela polícia por crimes envolvendo tráfico de drogas, roubos e porte ilegal de arma de fogo. “As principais vítimas dos homicídios são pessoas envolvidas no meio criminoso. É muito mais frequente do que pessoas que não possuem passagens policiais”, observou. 

Região

Parte dos municípios que integram a 4ª Área Integrada de Segurança Pública (4ª AISP) também sofreu aumento de mortes violentas. Em Piraí do Sul, foram três homicídios dolosos e uma lesão corporal seguida de morte no primeiro semestre de 2020 contra este ano. O número também aumentou em Imbituva, de cinco passou para seis. Já Castro foi um dos poucos que apresentou redução: de cinco caiu para três.

Paraná registra queda

Ponta Grossa está no sentido oposto aos dados gerais do Paraná, que registrou queda nos homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte no primeiro semestre deste ano ante 2020. O número de homicídios dolosos caiu 12,4%. De 1.076 baixou para 942.

Houve redução de 21,42% na quantidade de lesão corporal seguida de morte, de 28 para 22, e de 10,25% em feminicídio, que baixou de 39 para 35. Já o roubo seguido de morte teve uma ocorrência a mais, indo de 24 para 25.

Segundo os números da secretarial estadual de Segurança Pública, mais da metade (52%) dos municípios do Estado (210 dos 399) não registraram morte violenta neste período. Outros 69  tiveram apenas um registro de morte violenta no semestre. Somando, 279 municípios não tiveram nenhum ou apenas um homicídio nos seis primeiros meses deste ano, o que corresponde a 69,9% das cidades do Paraná.

Comparativo de mortes violentas na região (1º Semestre 2020/2021)