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Meninas propulsionam o ‘handbeach’ nas areias de PG

Handebol de areia é uma das modalidades que necessitam de espaço. Foto: Arquivo DC

Quem passa pelas quadras do Parque Ambiental nas tardes de segunda se depara com um grupo de meninas girando no ar e arremessando no gol. Tudo aparentemente normal, mas com uma exceção: o piso de areia. O ‘handbeach’ ou handebol de praia é uma modalidade relativamente nova e que ganhou adeptas em Ponta Grossa apenas no ano passado. O foco é propagar o esporte e aumentar o número de praticantes gradualmente.

Os objetivos estão sendo alcançados. O projeto que partiu de um convite da Secretaria Municipal de Esportes começou com sete garotas, passou para nove e atualmente conta com 20 atletas. Elas têm entre 11 e 21 anos de idade.

Poucas pessoas conhecem as regras, o que não é um problema para quem quer iniciar. Até mesmo o técnico Paulo Bodão admite que precisou ‘descobrir’ a modalidade antes de começar os treinos.

“Nós aceitamos o desafio e como quase ninguém conhecia a modalidade tivemos primeiro que conhecer com vídeos e sites. Em Ponta Grossa, o máximo que tivemos foi algumas brincadeiras dos treinadores de handebol com suas equipes. Partimos totalmente leigos para uma equipe que aprendeu uma coisa de cada vez na modalidade”, conta Bodão.

O processo de formação durou três meses. Uma das meninas que entrou no desafio foi Júlia Rosas, de 17 anos. Adepta das quadras, ela achou que seria mais simples a transição. “Quando recebemos o convite, achamos que era basicamente a mesma coisa que o handebol de quadra e acabamos levando um grande choque. Haviam muitas coisas totalmente diferentes”, relembra.

As meninas precisaram se livrar de um vício do indoor. “Acho que a diferença mais marcante acaba sendo não poder bater bola na quadra”, admite Júlia. Porém, quem desconhece o esporte e olha as meninas executando ‘manobras’ durante os arremessos não imagina a razão.

Diferente do tradicional handebol, o ‘handbeach’ tem arremessos que valem dois pontos. São assim os gols com giro 360º, o gol de ponte aérea e o marcado de costas. É a velha máxima do ‘gol bonito deve valer mais’ sendo colocada em prática.

“A quadra é menor e tem apenas 27m por 12m; o número de atletas em quadra também é menor: são três na linha e um jogador especial [goleiro], que participa do ataque. O jogo começa com bola ao alto como no basquete. A marcação não pode encostar no adversário. O jogo é dividido em sets. A equipe tem que ganhar os dois sets e, caso cada equipe ganhe um set, vai para o set desempate”, pontua Bodão.

Apesar das inúmeras diferenças, a modalidade entrou no gosto de quem aderiu. “Nunca iria imaginar que em menos de um mês de treino acabaria me apaixonando pela modalidade”, relata Júlia.

O mesmo ocorreu com Rayana Alberti, de 16 anos. “Acabamos nos assustando pela tamanha diferença do esporte, porém isto não nos impediu de que o ‘handbeach’ também se tornasse uma paixão”, declara.

Competições

Desde a criação, o ‘handbeach’ de Ponta Grossa participou de dois eventos no ano passado: a Copa Apucarana, na qual levou o segundo lugar, e os Jogos da Juventude do Paraná, pelo qual as meninas terminaram na quinta colocação. “Para nós foi uma grande vitória”, enfatiza o técnico Paulo Bodão.

A participação no Jojup’s teve um fato curioso e as meninas precisaram provar que aliam bem esporte e estudo. “Fizemos o PSS da UEPG em Francisco Beltrão. Todas obtivemos um resultado favorável. Inclusive, estudávamos no alojamento”, relembra Júlia.

Já o calendário 2020 ficou prejudicado pela pandemia e as atletas não disputaram torneios. Em compensação, os treinos presenciais foram retomados e a vontade de integrar novas atletas ao projeto permanece para crescimento do esporte.

“Quem sabe pleitear a modalidade nos Jogos Estudantis Municipais (JEM)? Queremos estender quem sabe nos clubes para trazer mais atletas”, reforça Bodão.

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